Dólar tem nova alta, chega a R$ 3,87 e fecha semestre com valorização de 16,98%
O dólar fechou o primeiro semestre acumulando uma valorização de 16,98%. A moeda norte-americana começou os três primeiros meses do ano registrando queda de 0,43%, para depois acumular uma alavancada de 17,49% de abril a junho.
No último pregão de junho, o dólar fechou em alta de 0,56%, cotado a R$ 3,8773 na venda. Os investidores seguem atentos à guerra comercial entre Estados Unidos e China no cenário externo e ao quadro eleitoral interno para eleição presidencial em outubro.
O Banco Central, desde 14 de maio, atua no mercado realizando swaps cambiais (venda futura da moeda norte-americana) e de leilões de linha (venda com compromisso de recompra). O BC já injetou US$ 43 bilhões com essas operações, desde maio.
O Ibovespa, índice da B3 (bolsa de valores de São Paulo) fechou em alta hoje de 1,39%, com 72.762 pontos no último pregão do mês de junho. Os papéis preferenciais da Petrobras foram o destaque, com alta de 3,55%.
Tesouro: R$ 20 bilhões para acalmar mercado
Em um mês de atuação no mercado, o Tesouro Nacional gastou R$ 20,651 bilhões na recompra de títulos públicos. O papel mais retirado de circulação foi a Nota do Tesouro Nacional – Série F (NTN-F), título prefixado de longo prazo, cujas recompras somaram R$ 11,175 bilhões.
Em seguida, o Tesouro recomprou R$ 6,176 bilhões de Notas do Tesouro Nacional – Série B (NTN-B), título corrigido pela inflação. Por fim, o governo tirou de circulação R$ 3,299 bilhões de Letras do Tesouro Nacional (LTN), título prefixado de médio prazo.
Desde 28 de maio, durante a paralisação dos caminhoneiros, o Tesouro tem usado o colchão da dívida pública – reserva de recursos financeiros – para recomprar títulos federais e reduzir a volatilidade no mercado. O colchão da dívida, que cobre cerca de sete meses de vencimentos de títulos do Tesouro, passou de R$ 575 bilhões para cerca de R$ 555 bilhões nos últimos 30 dias.
De acordo com o Tesouro, as recompras têm como objetivo diminuir a instabilidade no sistema financeiro, fornecer um referencial de preços para o mercado e diminuir o risco de papéis prefixados de prazo mais longo e taxas maiores em circulação.
Normalmente, os investidores que querem se desfazer dos títulos públicos e embolsar os ganhos até o momento os vendem no chamado mercado secundário, onde os papéis já emitidos pelo Tesouro trocam de mãos. No entanto, em momentos de instabilidade, como o atual, o excesso de vendedores no mercado secundário faz o preço dos títulos despencar.
Para evitar que os investidores vendam papéis com elevado deságio, o Tesouro Nacional entra no mercado para comprar títulos, pagando preços melhores. Ao atuar no sistema financeiro, o Tesouro também fornece uma referência para o mercado secundário, que terá que oferecer preços mais atraentes para os investidores que querem se desfazer dos papéis. Para o governo, a recompra ajuda ainda a retirar do mercado papéis mais afetados pela turbulência financeira, reduzindo o custo da dívida pública para o Tesouro.
Além de recomprar papéis, o Tesouro fez leilões extraordinários. Nesses leilões, o governo oferece lotes menores que os habituais com títulos de prazos mais curtos. Desde 7 de junho, o Tesouro vendeu R$ 1,542 bilhão em leilões extraordinários. Desse total, foram vendidos R$ 636,5 milhões em NTN-F, R$ 542,6 milhões em NTN-B e R$ 362,7 milhões em LTN.
Atuações
O Tesouro Nacional informou que a intensidade das atuações, de agora em diante, dependerá das condições do mercado e serão reavaliadas a cada sete dias. O órgão anunciou hoje a atuação na próxima semana.
Os leilões tradicionais de NTN-F da semana que vem serão cancelados. Haverá leilão de recompra de NTN-B na terça (3/7) e de recompra de NTN-F na quarta (4/7). Na quinta-feira (5/7), o leilão tradicional de Letras Financeiras do Tesouro (LFT), papel corrigido pela taxa Selic (juros básicos da economia), está mantido. O Tesouro, no entanto, definirá na última hora se fará o leilão tradicional de LTN previsto também para a próxima quinta.
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