Dólar fica abaixo de R$ 5 com negociações de cessar-fogo e inflação no radar; Bolsa sobe

Mercado vê diminuição do risco global com sinalização de possível conversa entre Putin e Zelensky

  • Por Jovem Pan
  • 11/03/2022 11h02
Vladimir Solomyani/Unsplash Cédulas de dólar amontoadas Dólar mantém trajetória de alta pelo terceiro dia seguido

Os principais indicadores do mercado financeiro brasileiro operam no campo positivo nesta sexta-feira, 11, com a diminuição do risco global após a divulgação de novas tratativas de cessar-fogo entre Ucrânia e Rússia. No cenário doméstico, investidores analisam a alta da inflação em fevereiro ao maior patamar para o mês em sete anos e os impactos que as medidas aprovadas no Congresso na véspera terão sobre os preços dos combustíveis. Por volta das 10h50, o dólar operava com volatilidade e apresentava leve alta de 0,02%, a R$ 5,017. O câmbio chegou a mínima de R$ 4,985, enquanto a máxima não passou de R$ 5,018. A divisa encerrou a sessão anterior com avanço de 0,1%, a R$ 5,016. O Ibovespa, referência da Bolsa de Valores brasileira, operava com avanço de 0,4%, aos 114.142 pontos. O pregão desta quinta-feira, 10, fechou com queda de 0,2%, aos 113.663 pontos.

O governo da Rússia afirmou nesta manhã que não descarta um encontro entre o presidente Vladimir Putin e o mandatário da UcrâniaVolodymyr Zelensky. A sinalização de tratativas para o cessar-fogo no Leste Europeu, no entanto, contrastam com as informações de que as tropas de Moscou estão se reagrupando ao redor de Kiev, em uma indicação de ofensiva contra a capital ucraniana. O barril de petróleo tipo Brent, referência para a Petrobras, operava perto da estabilidade, abaixo de US$ 110. O arrefecimento ocorre na esteira da divulgação de que os Estados Unidos encontraram novos exportadores de petróleo para suprir a fatia embargada dos russos, e afasta o risco de desabastecimento na maior economia do mundo.

No cenário doméstico, o mercado acompanha a aceleração da inflação a 1,01% em fevereiro, o maior patamar para o mês em sete anos, ante alta de 0,54% em janeiro. O resultado, puxado pelos reajustes na educação e dos alimentos, joga o acumulado em 12 meses para 10,54% e afasta ainda mais a taxa da meta de 3,5% perseguida pelo Banco Central (BC). Os dados ainda não trazem os efeitos da guerra na Ucrânia na variação de preços. A inflação deve ser pressionada para cima em todo o mundo pela disparada das commodities, principalmente as energéticas e agrícolas. Investidores também observam os efeitos que as medidas aprovadas no Congresso nesta quinta-feira para mitigar o aumento dos combustíveis terão nos postos. O projeto que define um valor fixo e a cobrança do ICMS em apenas uma fase, mais a isenção de tributos federais, foi chancelado no Senado e na Câmara dos Deputados. Já o texto que cria um fundo de compensação gerido pelo governo federal foi aprovado apenas pelos senadores. Os avanços no Congresso ocorreram após a Petrobras anunciar novos reajustes para a gasolina (18,8%), diesel (24,9%) e gás de cozinha (16,1%).

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