Dólar opera em alta após sequência de quedas; Ibovespa perde os 120 mil pontos
Investidores seguem repercutindo manutenção de políticas de estímulo econômico nos EUA; no cenário doméstico, mercado analisa CPI da Covid-19 e desemprego recorde
O mercado financeiro brasileiro opera no campo negativo nesta sexta-feira, 30, em sintonia com o cenário misto nas Bolsas internacionais, com investidores realizando lucros depois de uma sequência de resultados positivos. No cenário externo, o mercado segue analisando a posição do Banco Central dos Estados Unidos (Fed, em inglês) de manter a taxa de juros entre 0% e 0,25%. Já na pauta doméstica, os olhos seguem atentos aos desdobramentos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 e os efeitos que isso terá na gestão de Jair Bolsonaro (sem partido). Por volta das 11h20, o dólar operava com forte alta de 1,38%, a R$ 5,410 depois de bater máxima de R$ 5,415 e mínima de R$ 5,337. O câmbio encerrou a véspera com queda de 0,47%, a R$ 5,337, no menor valor desde janeiro. Seguindo o mercado externo, o Ibovespa, referência da Bolsa da Valores brasileira, recuava 0,47%, aos 119.519 pontos. O pregão desta quinta-feira, 29, encerrou com com queda de 0,82%, aos 120.065 pontos.
O dólar intensificou o caminho de queda nesta semana depois que o Fed anunciou que não vai aumentar a taxa de juros no curto prazo, apesar dos indícios de retomada da maior economia do mundo. Em recado na quarta-feira, 28, o presidente da autoridade monetária, Jerome Powell, disse que o avanço é “desigual” e está “longe de estar completo”. O mercado captou o discurso como um sinal de manutenção da política de estímulos pelos próximos meses, aumentando a circulação de dólares ao redor do mundo. Os investidores também seguem analisando as tratativas do democrata Joe Biden em aprovar o pacote de US$ 1,8 trilhão para obras de infraestrutura, mesmo que o estímulo esteja atrelado ao aumento dos impostos dos mais ricos.
Na pauta doméstica, o mercado segue acompanhando a CPI da Covid-19 e os reflexos políticos que a investigação das ações do governo federal em meio à pandemia, além do repasse de verbas da União para Estados e municípios, terão no governo Bolsonaro. Na agenda de indicadores, o desemprego alcançou novo recorde ao atingir 14,4 milhões de brasileiros, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A alta levou o índice a 14,4% no trimestre móvel encerrado em fevereiro. Apesar da leve alta de 0,3 ponto percentual, a taxa de 14,4% é considerada estável em relação ao trimestre anterior. Em comparação ao mesmo período do ano passado, em que taxa de desocupação estava em 11,6%, a alta foi de 2,7 p.p. Na época, o desemprego atingia 12,3 milhões de pessoas.
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