Dólar recua à espera de definição dos juros no Brasil e nos EUA; Bolsa sobe

Câmbio volta para o patamar de R$ 5,06 com investidores aguardando os rumos monetários; Ibovespa recupera os 130 mil pontos

  • Por Jovem Pan
  • 14/06/2021 13h02 - Atualizado em 14/06/2021 16h53
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ROBERTO GARDINALLI/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Cédulas e moedas de dólar sobre uma bandeira dos Estados Unidos Dólar registra alta com retomada do clima de tensão no leste da Europa

Os principais indicadores do mercado financeiro brasileiro operam no campo positivo nesta segunda-feira, 14, com investidores à espera da definição das taxas de juros do Brasil e dos Estados Unidos. Os rumos da política monetária dos dois países serão revelados na próxima quarta-feira, 16, mas com perspectivas opostas. Enquanto o Banco Central norte-americano (Fed) deve manter os juros no patamar mínimo, os pares brasileiros devem anunciar a nova elevação da Selic, jogando o indicador para 4,25% ao ano. Diante destas expectativas, por volta das 12h55, o dólar operava com forte queda de 1,22%, cotado a R$ 5,060. A divisa chegou a bater a máxima de R$ 5,112, enquanto a mínima não passou de R$ 5,056. O câmbio encerrou a semana passada com alta de 1,12%, cotado a R$ 5,123. O bom humor também predomina no Ibovespa, referência da Bolsa de Valores brasileira, que registrava alta de 1,05%, aos 130.779 pontos. O principal índice da B3 chegou a romper a linha dos 131 mil pontos, mas perdeu fôlego ao longo da manhã. O pregão de sexta-feira, 12, fechou com queda de 0,49%, aos 129.441 pontos.

Investidores de todo o mundo aguardam pela posição da autoridade monetária dos EUA nesta quarta-feira e as possíveis mudanças na política de estímulos. A expectativa é que o Fed mantenha os juros baixos e a compra de títulos públicos, a despeito dos recentes avanços da inflação. A mudança na estratégia poderia impactar em um crescimento menor da maior economia do globo e drenar parte dos dólares do mercado internacional. Já no Brasil, a situação é o inverso. A maior aposta do mercado é para um novo acréscimo de 0,75 ponto percentual da Selic em meio ao avanço da inflação, que foi a 0,83% em maio e acumulou alta de 8,06% em 12 meses. A alta deve seguir até o fim do ano em meio ao processo de recomposição integral da política monetária, e não mais parcial como vinha se falado até então, com os juros ainda em patamar reduzido para dar tração à retomada econômica. A expectativa do mercado é que a Selic encerre o ano a 6,25%, segundo dados do Boletim Focus divulgados hoje. A previsão dos analistas para a inflação também foi alterada para cima, passando a 5,82%. A estimativa do Produto Interno Bruto (PIB) foi para 4,85%, enquanto o câmbio foi estimado em R$ 5,18.

Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado a prévia do Produto Interno Bruto (PIB), avançou 0,44% em abril, na comparação com o mês anterior, segundo dados divulgados nesta segunda-feira. Na relação com o mesmo mês do ano passado, o crescimento foi de 15,92%. O resultado positivo recupera parte das perdas de março, quando o indicador registrou queda de 1,59%. No primeiro trimestre, o IBC-Br fechou com avanço de 2,3%, em paralelo com os três últimos meses de 2020. No acumulado do ano, o índice apresentou crescimento de 4,77%, enquanto nos últimos 12 meses, o indicador ainda soma recuo de 1,2%.

 

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