Dólar recua à espera de definição dos juros no Brasil e nos EUA; Bolsa sobe
Câmbio volta para o patamar de R$ 5,06 com investidores aguardando os rumos monetários; Ibovespa recupera os 130 mil pontos
Os principais indicadores do mercado financeiro brasileiro operam no campo positivo nesta segunda-feira, 14, com investidores à espera da definição das taxas de juros do Brasil e dos Estados Unidos. Os rumos da política monetária dos dois países serão revelados na próxima quarta-feira, 16, mas com perspectivas opostas. Enquanto o Banco Central norte-americano (Fed) deve manter os juros no patamar mínimo, os pares brasileiros devem anunciar a nova elevação da Selic, jogando o indicador para 4,25% ao ano. Diante destas expectativas, por volta das 12h55, o dólar operava com forte queda de 1,22%, cotado a R$ 5,060. A divisa chegou a bater a máxima de R$ 5,112, enquanto a mínima não passou de R$ 5,056. O câmbio encerrou a semana passada com alta de 1,12%, cotado a R$ 5,123. O bom humor também predomina no Ibovespa, referência da Bolsa de Valores brasileira, que registrava alta de 1,05%, aos 130.779 pontos. O principal índice da B3 chegou a romper a linha dos 131 mil pontos, mas perdeu fôlego ao longo da manhã. O pregão de sexta-feira, 12, fechou com queda de 0,49%, aos 129.441 pontos.
Investidores de todo o mundo aguardam pela posição da autoridade monetária dos EUA nesta quarta-feira e as possíveis mudanças na política de estímulos. A expectativa é que o Fed mantenha os juros baixos e a compra de títulos públicos, a despeito dos recentes avanços da inflação. A mudança na estratégia poderia impactar em um crescimento menor da maior economia do globo e drenar parte dos dólares do mercado internacional. Já no Brasil, a situação é o inverso. A maior aposta do mercado é para um novo acréscimo de 0,75 ponto percentual da Selic em meio ao avanço da inflação, que foi a 0,83% em maio e acumulou alta de 8,06% em 12 meses. A alta deve seguir até o fim do ano em meio ao processo de recomposição integral da política monetária, e não mais parcial como vinha se falado até então, com os juros ainda em patamar reduzido para dar tração à retomada econômica. A expectativa do mercado é que a Selic encerre o ano a 6,25%, segundo dados do Boletim Focus divulgados hoje. A previsão dos analistas para a inflação também foi alterada para cima, passando a 5,82%. A estimativa do Produto Interno Bruto (PIB) foi para 4,85%, enquanto o câmbio foi estimado em R$ 5,18.
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado a prévia do Produto Interno Bruto (PIB), avançou 0,44% em abril, na comparação com o mês anterior, segundo dados divulgados nesta segunda-feira. Na relação com o mesmo mês do ano passado, o crescimento foi de 15,92%. O resultado positivo recupera parte das perdas de março, quando o indicador registrou queda de 1,59%. No primeiro trimestre, o IBC-Br fechou com avanço de 2,3%, em paralelo com os três últimos meses de 2020. No acumulado do ano, o índice apresentou crescimento de 4,77%, enquanto nos últimos 12 meses, o indicador ainda soma recuo de 1,2%.
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