Dólar recua com dispersão de caminhoneiros e inflação; Bolsa sobe
Manifestantes mantêm pontos de bloqueio em rodovias de cinco Estados após divulgação de áudio de Jair Bolsonaro
Os principais indicadores do mercado financeiro brasileiro operam nesta quinta-feira, 9, no campo positivo, com investidores analisando a dispersão das paralisações de caminhoneiros em diversos pontos do país. O mercado também mantém no radar a alta de 0,87% da inflação em agosto, o maior salto para o mês em 21 anos. Por volta das 11h55, o dólar registrava queda de 0,95%, cotado a R$ 5,275. A divisa alcançou a máxima de R$ 5,335, enquanto a mínima não passou de R$ 5,261. O câmbio fechou a véspera com alta de 2,89%, a R$ 5,326. O Ibovespa, referência da Bolsa de Valores brasileira, operava com alta de 0,18%, aos 113.617 pontos. O pregão desta quarta-feira, 8, encerrou com forte queda de 3,98%, aos 113.412 pontos.
Grupos de caminhoneiros fazem nesta quinta-feira, 9, protestos em pontos de rodovias em 14 Estados, mas em apenas cinco há bloqueio no fluxo de veículos, segundo informações do Ministério da Infraestrutura. O mapeamento da Polícia Rodoviária Federal (PRF) identificou interdições na Bahia, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina. Nos Estados de Rio Grande do Sul, Paraná, Espírito Santo, Mato Grosso, Goiás, Tocantins, Rondônia, Pará e Roraima o trânsito está liberado, mas ainda há abordagem a veículos de cargas. O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta manhã que irá se reunir com lideranças dos caminhoneiros para tentar suspender as paralisações. Na quarta-feira, Bolsonaro gravou um áudio, que começou a circular por grupos de WhatsApp e pelas redes sociais, no qual pedia a liberação das estradas para não prejudicar “os mais pobres”. O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, divulgou um vídeo para atestar a veracidade do áudio e reforçar o pedido feito pelo governo federal.
O mercado também analisa a alta de 0,87% em agosto do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o medidor oficial da inflação brasileira, a maior variação para o mês desde 2000. Com o novo aumento, a inflação acumula alta de 5,67% no ano, enquanto o acumulado em 12 meses é de 9,68%. A taxa de agosto foi influenciada pelo aumento nos preços dos combustíveis, em especial da gasolina, que teve o maior impacto individual (0,17 ponto porcentual), com alta de 2,80%. O Banco Central persegue a meta inflacionária de 3,75%, com margem de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, ou seja, entre 2,25% e 5,25%. A autoridade monetária já abandonou a expectativa de fechar 2021 abaixo do teto da meta.
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