Dólar recua com expectativa da inflação nos EUA e PEC dos combustíveis; Bolsa opera estável
Governo federal é favorável à medida que evita aumento de todos os combustíveis, apesar de resistência na equipe econômica para limitar benefício
O dólar opera em queda e a Bolsa registra estabilidade nesta segunda-feira, 7, com investidores analisando as negociações da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para evitar novos aumentos nos combustíveis e os seus impactos na arrecadação do governo. No cenário internacional, os mercados esperam pelos dados da inflação nos Estados Unidos que serão divulgados nesta quinta-feira, 10. Por volta das 12h30, o dólar registrava queda de 0,54%, cotado a R$ 5,293. O câmbio chegou a cair para R$ 5,285, enquanto a máxima não passou de R$ 5,323. A divisa encerrou a semana passada com alta de 0,5%, a R$ 5,322. A despeito do clima misto nos mercados internacionais, o Ibovespa, referência da Bolsa de Valores brasileira, estava praticamente estável, com leve recuo de 0,02%, aos 112.218 pontos. O pregão encerrou a sexta-feira, 4, com alta de 0,5%, aos 112.244 pontos.
Após uma série de acordos entre o governo federal e o Congresso, o deputado Christino Áureo (Progressistas-RJ) apresentou na quinta-feira, 3, uma PEC que permite zerar os impostos sobre combustíveis e gás em 2022 e 2023, sem compensação fiscal. A medida valeria tanto para a União quanto para Estados e municípios. A decisão é apoiada pelo governo federal, apesar das críticas da equipe econômica. Em um sinal de descontentamento, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse ser favorável às medidas que reduzam o preço do diesel, mas que não concorda com a extensão do benefício para a gasolina. O preço dos combustíveis se tornou um dos focos de atenção do governo federal, do Congresso e dos governos estaduais pela forte alta em 2021, que também impactou no aumento da inflação. Atualmente, a Petrobras pratica o preço de paridade de importação (PPI), que leva em conta a cotação do barril de petróleo no exterior e as flutuações do dólar, dois pontos que tiveram forte aumento no ano passado.
Na pauta internacional, os investidores aguardam pelo resultado da inflação nos Estados Unidos no mês passado. O resultado é fundamental para o Federal Reserve (Fed), o Banco Central norte-americano, definir o aumento dos juros ao longo dos próximos meses. Na reunião de janeiro, a autoridade monetária indicou a elevação da taxa, atualmente entre 0% e 0,25%, em todos os encontros deste ano. O aumento dos juros nos EUA mexe as Bolsas globalmente pela migração de recursos dos mercados para o Tesouro norte-americano, considerado uma das opções de investimento mais seguras do mundo.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.