Dólar recua com prévia da inflação e PEC dos Precatórios no radar; Bolsa sobe
IPCA-15 vai 10,73% nos 12 meses acumulados em novembro; Bolsas fechadas nos EUA pelo feriado de Ações de Graça devem diminuir o volume de negócios
Os principais indicadores do mercado financeiro brasileiro operam no campo positivo nesta quinta-feira, 25, com investidores analisando a prévia da inflação de novembro acima do esperado e as tratativas para a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) dos Precatórios no Senado. Além das pautas domésticas, os negócios devem ter um volume menor devido ao feriado de Ações de Graças nos Estados Unidos. Por volta das 10h35, o dólar registrava queda de 0,10%, a R$ 5,589. A divisa chegou a bater a máxima de R$ 5,596, enquanto a mínima não passou de R$ 5,570. O câmbio encerrou a véspera com recuo de 0,24%, cotado a R$ 5,594. O Ibovespa, referência da Bolsa de Valores brasileira, abriu o dia em alta e registrava avanço de 0,25%, aos 104.777 pontos. O pregão desta quarta-feira, 24, encerrou com alta de 0,82%, aos 104.506 pontos.
O mercado segue acompanhando os desdobramentos em Brasília para a aprovação da PEC dos Precatórios pelos senadores. O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Davi Alcolumbre (DEM-AP), adiou para a próxima terça-feira, 30, a votação do texto com mudanças propostas pelo relator, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE). Como a Jovem Pan antecipou, o emedebista definiu o Auxílio Brasil como um programa social permanente. Entretanto, em seu parecer, o parlamentar estabelece que não vale a vedação a se criar uma despesa permanente sem indicar uma fonte de custeio, como exige a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). O texto, que autoriza o governo a adiar o pagamento de dívidas e altera o prazo para a soma da inflação ao teto de gastos, deve abrir mais de R$ 106 bilhões no Orçamento de 2022 e é fundamental para que o governo federal aumente as parcelas do Auxílio Brasil para R$ 400 até o fim do próximo ano.
Os investidores também analisam a alta de 1,17% do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), a prévia da inflação oficial, em novembro. O dado veio acima do projetado pelos analistas, que esperavam avanço entre 1,13% e 1,16%. No acumulado de 12 meses, o IPCA-15 soma 10,73%. “É importante que esse número é o último dado de inflação que o Banco Central vai ter até a próxima reunião para decidir qual vai ser o caminho dos juros”, afirma Pietra Guerra, especialista de ações da Clear Corretora. Em outubro, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC endureceu a tentativa de levar o IPCA para baixo ao acrescentar 1,5 ponto percentual na Selic e elevar os juros para 7,75% ao ano. Em nota, o colegiado afirmou que a decisão mira trazer o índice para a meta de 2022, já de olho nos efeitos em 2023. O BC ainda afirmou que deve repetir o movimento na reunião de dezembro, a última de 2021, e encerrar a Selic a 9,25% ao ano. Para economistas e analistas do mercado, o ciclo de alta deve se prolongar até meados do primeiro trimestre do ano que vem, com a Selic alcançando o teto de 11,25%.
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