Dólar recua para R$ 5,30 com alta dos juros no radar; Bolsa sobe

Câmbio fecha janeiro com queda de 4,8%; Ibovespa acumula valorização de X%

  • Por Jovem Pan
  • 31/01/2022 18h39 - Atualizado em 31/01/2022 18h45
EPITÁCIO PESSOA/ESTADÃO CONTEÚDO Mulher conta notas de dólar no guichê da casa de câmbio Dólar avança e quebra sequência de oito dias de desvalorização ante o real

Os principais indicadores do mercado financeiro fecharam no campo positivo nesta segunda-feira, 31, com a expectativa de nova alta dos juros pelo Banco Central (BC) nesta quarta-feira, 2. O dólar encerrou o dia com forte queda de 1,56%, a R$ 5,306. Na máxima, a divisa norte-americana bateu R$ 5,398, enquanto a mínima não passou de R$ 5,285. Esta é a menor cotação do câmbio desde o fim de setembro. O resultado fez o dólar acumular queda de 4,8% em janeiro. Seguindo o bom humor dos mercados internacionais, o Ibovespa, referência da Bolsa de Valores brasileira, encerrou com leve alta de 0,21%, aos 112.144 pontos. Com esse desempenho, o principal indicador da B3 fechou o mês com valorização de 6,98%.

O Comitê de Política Monetária (Copom) anuncia nesta quarta-feira o novo reajuste na Selic, que encerrou 2021 a 9,25% ao ano, o maior patamar em quatro anos. A aposta do mercado é que o colegiado aporte mais 1,5 ponto percentual, elevando a taxa de juros para 10,75% ao ano, conforme já anunciado no fim do ano passado. Caso se confirme, será a primeira vez que a Selic fica em dois dígitos desde maio de 2017. Em dezembro, o BC afirmou que a manutenção da escalada deve chegar a 11,75% ao longo de 2022, e que a Selic deve encerrar o ano a 11,25%. O presidente do BC, Roberto Campos Neto, no entanto, disse que não sabe qual a taxa no final do ciclo de alta.

A necessidade de endurecimento da política monetária foi reforçada após surpresas para cima dos dados da inflação. O IPCA-15, considerado a prévia da variação oficial, registrou alta de 0,58% em janeiro, acima do esperado pelos analistas. O mercado renovou a expectativa para a inflação neste ano e em 2023, segundo dados do Boletim Focus divulgados nesta manhã. A mediana da pesquisa do BC para a variação de preços ao fim deste ano foi a 5,38%, ante estimativa de 5,15% na semana passada. A revisão afasta o patamar da meta de 3,5%, com margem de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, ou seja, entre 2% e 5%. Caso se confirme, será o segundo ano seguido que o IPCA estoura o teto. Em 2021, o índice encerrou com alta de 10,06%, muito acima da meta de 3,75%, com variação permitida de 2,25% e 5,25%. Para 2023, a pesquisa do BC apontou para alta de 3,5%, contra a expectativa de 3,4% da semana passada. No ano que vem, a autoridade monetária deve perseguir a meta de 3,25%, com limites de 1,75% e 4,75%.

O Banco Central também divulgou nesta manhã que o setor público consolidado registrou superávit de R$ 64,7 bilhões em 2021, o equivalente a 0,75% do Produto Interno Bruto (PIB), o primeiro resultado positivo em oito anos. Em 2020, as contas fecharam com déficit de R$ 703 bilhões, o correspondente a 9,41% do PIB. Os dados incluem contas do Governo Central (Banco Central, Previdência Social e o Tesouro Nacional), governos regionais e empresas estatais. O resultado fez a dívida pública do governo encerrar 2021 em 80,3% do PIB. A Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG) fechou 2020 em 88,6% do PIB.

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