Dólar sobe com desemprego e risco fiscal no radar; Ibovespa ultrapassa 111 mil pontos

Investidores mantém apreensão com alta de 14,6% no número de desocupados no trimestre encerrado em setembro e risco de dispara do gastos públicos com avanço da Covid-19

  • Por Jovem Pan
  • 27/11/2020 12h05 - Atualizado em 27/11/2020 13h23
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Arquivo/Agência Brasil Cédulas de dólar sobre fundo branco Dólar volta ao patamar de R$ 4,65 com temor internacional

O dólar opera em alta nesta sexta-feira, 27, com o aumento recorde do desemprego e apreensão com o risco do descontrole dos gastos públicos no radar dos investidores. Às 13h20, a moeda norte-americana registrava alta de 0,10%, cotada a R$ 5,340. A divisa chegou a bater mínima de R$ 5,321, enquanto na máxima não passou dos R$ 5,379. Na véspera, o dólar fechou com avanço de 0,28%, a R$ 5,335. Apesar do cenário doméstico preocupante, a Bolsa de Valores brasileira mantém o viés de alta registrado ao longo dos últimos dias. No último pregão da semana, o Ibovespa registra forte avanço de 1,08%, aos 111.422 mil pontos. Case mantenha esse patamar, o principal índice da B3 irá renovar a máxima alcançada em 21 de fevereiro, quando fechou aos 113.681 mil pontos. O bom humor é influenciado pelo cenário internacional, a despeito do avanço dos casos do novo coronavírus em regiões dos Estados Unidos e Europa.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou na manhã desta sexta-feira que a taxa de desemprego chegou a 14,6% no trimestre de julho a setembro, a mais alta desde o início da série histórica, em 2012. No total, são 14,1 milhões de brasileiros na fila do emprego, aumento de 1,3 milhão na comparação ao segundo trimestre do ano. A taxa de desocupação subiu em dez estados e ficou estável nos demais. Bahia teve a maior taxa (20,7%) e Santa Catarina, a menor (6,6%). Na região nordeste, o desemprego chegou a 17,9%. A taxa da população ocupada também bateu recorde e caiu 1,1% em relação ao trimestre anterior. O contingente de ocupados reduziu para 82,5 milhões de pessoas. O número de pessoas com carteira assinada diminuiu para 29,4 milhões. Uma queda de 2,6%, o equivalente a 788 mil pessoas, comparado ao segundo trimestre.

Investidores também estão atentos nas movimentações em Brasília para a aprovação dos pacotes de reformas estruturais encaminhadas pelo Ministério da Economia ao Congresso Nacional. O mercado enxerga risco na disparada das contas públicas do governo federal em meio ao aumento do registro de infecções da Covid-19 em diversos Estados brasileiros. O ministro Paulo Guedes buscou passar tranquilidade aos investires ao longos dos últimos dias afirmando que o governo não conta com uma segunda onda da pandemia e que o auxílio emergência será encerrado em 31 de dezembro deste ano, sem possibilidade de nova prorrogação. O benefício que transfere renda para a população mais vulnerável é a principal fonte de gastos do governo federal para mitigar os efeitos do novo coronavírus. Segundo cálculos da equipe econômica, serão gastos R$ 322 bilhões com o programa até o fim do ano.

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