Inflação do aluguel avança 3,28% em novembro puxada pelo aumento das commodities

IGP-M acumula alta de de 24,52% nos últimos 12 meses; encarecimento do milho e trigo são destaques no mês

  • Por Jovem Pan
  • 27/11/2020 11h36
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Pixabay predios SP Índice da FGV é usado como base dos contratos de alugueis, companhias telefônicas, distribuidoras de energia, entre outros setores

Índice Geral de Preço – Mercado (IGP-M) avançou 3,28% em novembro, após subir 3,23% em setembro, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta sexta-feira, 27. No ano, o indicador usado como base ao reajuste do aluguel acumula alta de 21,97%, e de 24,52% nos últimos 12 meses. Em novembro de 2019, o IGP-M havia subido 0,30% e somava valorização de 3,97% em 12 meses. A alta deste mês foi puxada pelo avanço de 4,26% do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que corresponde a 60% da formulação do IGP-M, ante 4,15% em outubro. O empuxo no setor foi liderado pela variação das commodities agrícolas, como milho, com alta de 21,85%, e avanço de 19,20% no trigo. As outras duas variantes que que compõem o índice apresentaram recuo em comparação com o mês anterior. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que soma 30% do total, cresceu 0,72% em novembro, ante 0,77% em outubro, enquanto o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), que corresponde aos 10% faltantes, variou 1,29% em novembro, ante 1,69% no mês anterior. Em paralelo, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o indicador oficial da inflação brasileira, acumula alta de 4,22% nos últimos 12 meses, segundo a prévia de outubro divulgada pelo IBGE nesta semana. No mês, o IPCA-15 registrou avanço de 0,81%, o mais expressivo para novembro desde 2015.

“O avanço nos preços de commodities agropecuárias importantes consolidam o IPA como índice a contribuir para o avanço da taxa do IGP. Nesta edição, destacaram-se milho, trigo e bovinos ”, afirma André Braz, coordenador dos índices de preços. Na análise por estágios de processamento, a taxa do grupo Bens Finais variou 2,74% em novembro. No mês anterior, o índice havia registrado taxa de 2,84%. A principal contribuição para este resultado partiu do subgrupo combustíveis para o consumo, cuja taxa passou de 1,81% para -1,85%, no mesmo período. O índice relativo a Bens Finais (ex) — que exclui os subgrupos alimentos in natura e combustíveis para o consumo—, subiu 2,48% em novembro, ante 2,37% no mês anterior. A taxa do grupo Bens Intermediários passou de 3,74% em outubro para 4,07% em novembro. O principal responsável por este movimento foi o subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, cujo percentual passou de -2,79% para 2,37%. O índice de Bens Intermediários (ex), obtido após a exclusão do subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, variou 4,29% em novembro, contra 4,65% em outubro. O estágio das Matérias-Primas Brutas subiu 5,60% em novembro, ante 5,55% em outubro.

Quatro das oito classes de despesa componentes IPC registraram recuo em suas taxas de variação. A principal contribuição partiu do grupo Educação, Leitura e Recreação (3,10% para 1,44%). Nesta classe de despesa, vale citar o comportamento do item passagem aérea, cuja taxa passou de 34,21% em outubro para 11,70% em novembro.  Também apresentaram decréscimo em suas taxas de variação os grupos Alimentação (1,90% para 1,61%), Habitação (0,32% para 0,23%) e Despesas Diversas (0,12% para -0,04%). Em contrapartida, os grupos Transportes (0,12% para 0,94%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,04% para 0,16%) e Comunicação (0,08% para 0,09%) registraram acréscimo em suas taxas de variação. Já o grupo Vestuário repetiu a taxa do outubro, que foi de 0,29%. Em sentido ascendente destaca-se o item calçados (0,07% para 0,19%) e em sentido descendente, acessórios do vestuário (0,22% para -0,28%). Os três grupos componentes do INCC registraram as seguintes variações na passagem de outubro para novembro: Materiais e Equipamentos (4,12% para 2,85%), Serviços (0,33% para 0,73%) e Mão de Obra (0,19% para 0,24%).

Além de influenciar o preços do mercado imobiliários, o IGP-M é usado como base para reajustes inflacionários de companhias telefônicas e energia elétrica, e também é um dos indexadores para contratos de prestação de serviço, educação e planos de saúde. Em comparação, o IPCA, o indicador oficial da inflação brasileira, acumulou alta de 3,92% nos últimos 12 meses encerrados em outubro. A disparidade entre os dois indicadores é explicado pela fórmula da conta: enquanto o IPCA leva em conta a variação de nove itens de consumo e bens, como alimentação, transporte e educação, o IGP-M é o resultado do IPA, IPC e INPC. Além de levar em consideração itens de bens e serviços, o indicador da FGV também considera matérias-primas utilizadas na produção agrícola, industrial e construção civil, e também itens de commodities, como milho, soja e minério de ferro, que possuem grande influência da variação do dólar.

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