Dólar sobe com persistente cautela externa e incertezas locais

  • Por Estadão Conteúdo
  • 06/02/2018 10h01
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Marcello Casal Jr/Agência Brasil Câmbio opera pressionado neste início de semana com aumento dos títulos fixos nos Estados Unidos e previsão da inflação brasileira Às 9h34 desta terça, o dólar à vista estava na máxima, aos R$ 3,2754 (+0,77%)
O dólar no mercado à vista amplia o ganho na sessão, enquanto o dólar futuro de março passou a subir, após ter começado a sessão desta terça-feira, 6, em baixa. Os ajustes amparam o avanço dos juros futuros e refletem cautela dos investidores locais diante das incertezas sobre os rumos dos mercados em Nova York e também em relação à reforma da Previdência e às eleições no Brasil neste ano, disse o diretor da corretora Correparti Jefferson Rugik.

Para amenizar o peso da pressão externa sobre os negócios nesta manhã, o Banco Central vai ofertar liquidez, por meio da rolagem de swap cambial que vence em março. O leilão será das 11h30 às 11h40, com oferta de até 9.500 contratos (US$ 475 milhões), o que sinaliza rolagem integral, diz o diretor da corretora Mirae, Pablo Spyer.

Às 9h34 desta terça, o dólar à vista estava na máxima, aos R$ 3,2754 (+0,77%). O dólar para março avançava 0,35%, aos R$ 3,2830. Em Nova York, o dólar recuava a 109,10 ienes e o ouro subia 0,71%, a US$ 1.346,80 a onça-troy. No mercado futuro de Nova York, o Dow Jones recuava 1,00%, o S&P 500 tinha queda de 0,58% e o Nasdaq caía 0,53%.

Nesta segunda-feira, dia 5, o dólar operou em alta praticamente por toda a sessão doméstica e, no exterior, não apresentou direção definida na comparação com suas principais rivais. Nesta manhã, a divisa dos EUA segue sem direção única lá fora, ainda sob efeito de expectativas de aperto monetário mais acelerado nos Estados Unidos, diante de sinais de melhora do mercado de trabalho e da economia americana.

Enquanto isso, o iene segue se beneficiando na manhã desta sexta do movimento de aversão ao risco, após a forte quedas de 3,8% a 4,6% das bolsas de valores em Nova York.

O chefe do departamento de pesquisa para a América Latina do Instituto de Finança Internacional (IIF), Martin Castellano, diz que “um ritmo mais elevado do que o esperado de alta de juros nos Estados Unidos afetaria o fluxo de capitais internacionais para todos os mercados emergentes, devido a maior preferência a títulos públicos do Tesouro americano”.

Segundo ele, tal movimento da política monetária também poderia diminuir os preços de commodities, pois poderia afetar a perspectiva de crescimento da economia dos EUA e do mundo no médio prazo.

No Brasil, após participar da abertura do ano legislativo nesta segunda-feira, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), voltou a afirmar que o prazo final de votação da reforma da Previdência é fevereiro. Ele, no entanto, admitiu que ainda não há consenso sobre a proposta, e que será necessário buscar uma solução nas próximas semanas.

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