Dólar tem leve alta com dados fortes nos EUA e ruídos políticos
O dólar à vista encerrou o dia cotado a R$ 5,48, em alta de 0,27%; apesar de dois pregões seguidos de ganhos, a moeda ainda cai na semana
Após trocas de sinal pela manhã e no início da tarde, o dólar à vista se firmou em terreno positivo nas últimas horas de pregão e encerrou a sessão desta quinta-feira (15), em leve alta, mas ainda abaixo da linha de R$ 5,50. Segundo operadores, o tropeço do real está ligado a ajustes típicos após uma temporada de forte apreciação e à recomposição parcial de posições defensivas, estimulada pelo aumento dos ruídos políticos locais. Lá fora, o dólar avançou em relação a moedas fortes e a maioria das divisas emergentes e de países exportadores de commodities, embora tenha recuado na comparação com pares do real como o peso mexicano e o rand sul-africano. Entre as commodities, as cotações do petróleo subiram mais de 1%. Já os preços minério de ferro recuaram mais de 2%, para o menor patamar desde novembro de 2022, em meio a resultados ruins de siderúrgicas e do setor imobiliário na China.
As taxas dos Treasuries avançaram em bloco, após dados acima esperado de varejo e números de pedidos de auxílio-desemprego nos EUA diminuírem os temores de desaceleração abrupta da atividade e, por tabela, esfriarem apostas em corte agressivo de juros pelo Federal Reserve neste ano. Com mínima a R$ 5,4513 pela manhã e máxima a R$ 5,4938, à tarde, o dólar à vista encerrou o dia cotado a R$ 5,4838, em alta de 0,27%. Apesar de dois pregões seguidos de ganhos, a moeda ainda cai na semana (-0,57%). No mês, a desvalorização acumulada é de 3,03%.
Em Brasília, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), anunciou o adiamento da votação do projeto de desoneração para a próxima terça-feira, 20. O relator do PL, senador Jacques Wagner (PT-BA), disse que apresenta nova versão do texto na segunda-feira, 19. Há dois pontos polêmicos na proposta: a obrigação de empresas a firmarem termo se comprometendo a manter o mesmo número de empregados e o aumento de 15% para 20% na cobrança de Imposto de Renda de Juros sobre Capital Próprio (JCP). Há também um mal-estar na relação entre governo e lideranças partidárias após o ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), ter suspendido ontem a execução de todas as emendas impositivas até que o Congresso crise de transparência, rastreabilidade e eficiência.
*Com informações do Estadão Conteúdo
Publicado por Tamyres Sbrile
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