Dólar vai a R$ 4,65 com expectativa de novas sanções à Rússia; Bolsa cai 2%
Líderes do Ocidente acusam russos de promover massacre na Ucrânia e debatem o aumento de embargos às exportações do governo de Vladimir Putin
Os principais indicadores do mercado financeiro brasileiro fecharam esta terça-feira, 5, no campo negativo com o clima de cautela no cenário internacional após a União Europeia propor aumentar as sanções à Rússia. A ação, que conta com o apoio dos Estados Unidos, é uma resposta aos indícios de crimes de guerra cometidos pelas tropas do Kremlin durante a invasão à Ucrânia. No cenário doméstico, investidores analisaram a falta de acordo entre o governo federal e servidores do Banco Central (BC) para pôr fim à greve e a saída que o governo irá tomar para a sucessão do comando da Petrobras. O dólar encerrou com alta de 1,1%, de volta à casa de R$ 4,659. O câmbio abriu em queda e chegou a tocar a mínima de R$ 4,584, enquanto a máxima não passou de R$ 4,673. A divisa norte-americana encerrou a véspera com queda de 1,27%, a R$ 4,608. Contaminada pelo quadro negativo no exterior, o Ibovespa, referência da Bolsa de Valores brasileira, encerrou o dia com queda de 1,97%, aos 118.885 pontos. O pregão desta segunda-feira, 4, fechou com recuo de 0,24%, aos 121.279 pontos.
A Comissão Europeia propôs discutir novas sanções contra a Rússia após indícios de um massacre na cidade de Bucha, aos arredores de Kiev, onde dezenas de corpos foram encontrados largados nas ruas, alguns com as mãos amarradas. A medida é apoiada pelos Estados Unidos e também deve contar com a participação de aliados do G7. Líderes do Ocidente acusam a Rússia de promover um massacre contra civis em cidades ocupadas na Ucrânia, o que é negado pelo Kremlin. Desde a divulgação das imagens, há dois dias, mais de 150 diplomatas russos foram expulsos de países como Alemanha, França, Espanha, Itália e Holanda. A ameaça de novas sanções renova o temor global de desabastecimento de commodities, principalmente energéticas. A Rússia é o segundo maior produtor de petróleo do mundo e principal exportador de gás natural para a Europa.
No cenário doméstico, os servidores do BC mantêm a greve iniciada na última sexta-feira, 1º, após a reunião com representantes do Ministério da Economia nesta manhã terminar sem acordo. A paralisação já afeta serviços da autarquia e divulgações foram suspensas até a sexta-feira, 8. Investidores também acompanham os desdobramentos para a nomeação do comando da Petrobras após o economista Adriano Pires recusar a nomeação por conflito de interesses. O seu nome havia sido indicado pelo governo federal na semana passada para substituir o general Joaquim Silva e Luna. O Executivo deve indicar uma nova pessoa, que ainda precisa ser aprovada pela Assembleia-Geral dos acionistas, que ocorrerá no dia 13 de abril.
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