Dólar vai a R$ 5,59 com anúncio de Trump e pedido do Fed

Em sessão volátil influenciada pelo noticiário externo, moeda americana oscilou 13 centavos; nesta terça, Donald Trump pediu a paralisação das negociações do pacote emergencial até depois das eleições

  • Por Jovem Pan
  • 06/10/2020 20h11
Cris Faga/Estadão Conteúdo Mão segura cédulas de um dólar Dólar nesta terça-feira, 6

O dólar teve dia de forte volatilidade. Caiu a R$ 5,48 pela manhã e foi a R$ 5,61 no final da tarde. Mais cedo, a trégua acertada entre o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, ajudou a fortalecer o real, mas nos negócios da tarde foi o noticiário externo que ditou o ritmo das cotações. Primeiro veio o alerta do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, sobre a necessidade de estímulos fiscais para reaquecer a economia americana, que está perdendo fôlego. Em seguida, o dólar voltou a superar R$ 5,60 quando Donald Trump anunciou ter instruído os republicanos a pararem as negociações para o pacote emergencial até depois das eleições.

No fechamento, o dólar à vista encerrou em alta de 0,50%, cotado em R$ 5,5952. No mercado futuro, o dólar para novembro subia 0,34% às 17h, cotado em R$ 5,5980. Entre a mínima e a máxima, o dólar oscilou 13 centavos. Primeiro, a reconciliação entre Maia e Guedes foi recebida com alívio pelas mesas de operação, uma sinalização que as coisas podem começar a andar novamente no Congresso e as reformas voltarem à pauta principal. Ainda sobre a questão fiscal, o senador Marcio Bittar (MDB-AC) havia prometido divulgar nesta quarta-feira detalhes sobre o financiamento do Renda Cidadã, mas adiou a apresentação para a próxima semana.

Já a declaração de Powell ao pedir mais estímulos fiscais ajudou a piorar o mercado internacional de moedas, ressalta o estrategista da Infinity Asset, Otávio Aidar. O dólar passou a ganhar força ante moedas fortes e emergentes, movimento que se acelerou após o pedido de Trump aos republicanos de pararem as negociações até depois das eleições, em 3 de novembro. “As moedas desabaram quando Trump tirou o plugue das conversas sobre os estímulos”, observa a diretora da BK Asset Management, Kathy Lien. O inesperado anúncio, avalia ela, pode desencadear um movimento maior de aversão a risco no mercado financeiro mundial. Uma das evidências é que o dólar ganhou força de forma generalizada e o iene foi uma das poucas divisas a se valorizar. A moeda japonesa se transformou no maior porto seguro dos mercados em momento de fuga do risco.

*Com informações do Estadão Conteúdo

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