Dólar vai a R$ 5,64 com agravamento das contas públicas; Bolsa renova a mínima de 2021

Câmbio registra desvalorização de 8,8% desde janeiro, enquanto Ibovespa derreteu 13%

  • Por Jovem Pan
  • 29/10/2021 17h22 - Atualizado em 29/10/2021 17h24
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Dado Ruvic/Reuters Cédulas de dólar enroladas em frente um fundo vermelho Inflação ao consumidor vai ao maior nível desde dezembro de 1990

Os principais indicadores do mercado financeiro brasileiro fecharam esta sexta-feira, 29, no campo negativo com o agravamento do risco fiscal no radar dos investidores. O dólar encerrou com alta de 0,37%, cotado a R$ 5,646, depois de bater a máxima de R$ 5,663 e a mínima de R$ 5,598. O resultado fez o câmbio acumular alta de 0,33% na semana e de 3,67% em outubro. Desde o começo do ano, o real caiu 8,82% ante a divisa norte-americana. Acompanhando o mau humor dos mercados globais, o Ibovespa, referência da Bolsa de Valores brasileira, fechou o dia com queda de 2,10%, aos 103.500 pontos. Pelo segundo dia seguido o pregão renovou a mínima de 2021 e fechou no patamar mais baixo desde novembro do ano passado. O índice encerrou a semana com queda de 2,63%, e de 6,73% no mês. Na parcial do ano, o Ibovespa caiu 13%.

A aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios daria um valor extra de R$ 91,6 bilhões para o governo gastar em 2022, segundo a estimativa do Ministério da Economia apresentada nesta sexta-feira. Inicialmente, o Executivo estimava que o projeto traria um espaço de R$ 83 bilhões no teto de gastos. O texto, que aguarda votação na Câmara dos Deputados, coloca uma trava nos pagamentos das dívidas da União e muda o prazo da variação da inflação no cálculo do teto de gastos. Segundo as contas do Tesouro Nacional, a primeira parte da medida geraria R$ 44,6 bilhões ao Orçamento do ano que vem, enquanto a alteração da regra fiscal refletiria no ganho de R$ 47 bilhões. A regra do teto de gastos foi aprovada em 2016 e limita as despesas do governo ao Orçamento do ano anterior, mais a inflação. Para 2022, o teto limita os gastos em R$ 1.610 trilhão. Com a mudança, o governo teria à disposição em 2022 R$ 1.657 trilhão para gastos obrigatórios e discricionários. A aprovação da PEC dos Precatórios é essencial para o financiamento do Auxílio Brasil, o programa social desenhado pelo governo federal para substituir o Bolsa Família. Segundo o Tesouro, o novo benefício terá custo de R$ 84 bilhões, sendo R$ 34 bilhões de uma “sobra” do Bolsa Família em 2021, mais R$ 50 bilhões do Orçamento de 2022.

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