Dólar volta a subir após falas de dirigentes do Fed e fortalecimento no exterior
Com máxima a R$ 5,2784 no início da tarde, o dólar à vista encerrou cotado a R$ 5,2502
Depois de queda de 0,47% na quarta (17), o dólar à vista apresentou leve alta nesta quinta-feira (18). Aliás, o dia foi marcado pelo fortalecimento da moeda americana no exterior, o que enfraquece as divisas emergentes por terem um nível de risco maior. Tirando uma queda pontual nos primeiros negócios, quando registrou mínima a R$ 5,2293, o dólar permaneceu em alta no restante da sessão. Com máxima a R$ 5,2784 no início da tarde, o dólar à vista reduziu bastante os ganhos na última hora de pregão e encerrou cotado a R$ 5,2502, um avanço de 0,12%. A divisa passa a apresentar avanço de 2,52% nesta semana, o que leva a valorização acumulada em abril para 4,68%.
Termômetro do comportamento da moeda americana em relação a uma cesta de seis divisas fortes, o índice DXY também teve leve alta, voltando a superar os 106,100 pontos. Entre divisas e emergentes, as piores perdas foram dos pesos mexicano e colombiano, dois dos principais pares do real. Na contramão, o peso chileno teve ganhos de mais de 1%, escorado na alta do cobre, que atingiu hoje o maior nível em dois anos.
A elevação das taxas pode ter sido motivada pelas falas duras de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o Banco Central americano). Pela manhã, o presidente do Fed de Nova York, John Willians, afirmou não sentir urgência de cortar os juros. Com direito a voto nas decisões de política monetária do BC americano, Willians disse que as taxas vão cair, mas que o momento exato depende do comportamento da economia, que ainda está aquecida. No início da tarde, o presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, reforçou a perspectiva de postergação dos cortes de juros mais para o fim do ano.
Diante destes fatores, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou em entrevista coletiva ao lado do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que é “preciso cautela nos próximos dias e semanas, porque haverá um reposicionamento global” com as mudanças das expectativas para os juros nos EUA. Já Campos Neto disse que o BC decidiu abandonar o “foward guidance” da política monetária, que previa novo corte da taxa Selic em 0,50 ponto porcentual em maio, porque “a visibilidade é menor”. Ambos participaram de encontro do G20 Brasil, que ocorreu em paralelo às reuniões de Primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI), em Washington, nos Estados Unidos.
Segundo o presidente do BC, o fortalecimento global do dólar pode impor necessidade de reação de alguns banqueiros centrais. O Brasil estaria em uma situação melhor, em razão dos fundamentos externos positivo, com superávits comerciais robustos. “Não interferimos no mercado de câmbio para combater uma mudança estrutural, que tem fundamento, como o caso da percepção de que os juros dos EUA terão de ficar mais altos por mais tempo”, disse Campos Neto.
*Com informações do Estadão Conteúdo
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