Dólar volta a subir com medo de recessão nos EUA e fecha a R$ 5,74

Embora tenha sofrido menos que seus pares nos últimos dias, o real tem o pior desempenho em 2024 no grupo das divisas mais relevantes

  • Por Jovem Pan
  • 05/08/2024 18h21 - Atualizado em 05/08/2024 18h25
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Freepik Dólar - pessoa conta notas de dólar O dólar à vista abriu na máxima da sessão, a R$ 5,8656, e fechou a R$ 5,74

Após superar o nível psicológico de R$ 5,85 na primeira etapa de negócios, o dólar à vista perdeu bastante força ao longo da tarde, em meio à diminuição dos temores de recessão nos EUA, e encerrou a sessão desta segunda-feira (5), em alta moderada, na casa de R$ 5,74. O real apresentou o melhor desempenho entre seus principais pares, em especial na comparação com o peso mexicano e o rand sul-africano, que amargaram quedas de mais de 1% em relação à moeda americana. Uma vez mais, a formação da taxa de câmbio foi ditada pelo ambiente externo. Sob impacto do derretimento das bolsas asiáticas, com o índice Nikkei, no Japão, sofrendo maior queda diária desde outubro de 1987, o dólar à vista abriu na máxima da sessão, a R$ 5,8656, maior valor intradia desde 9 de março de 2021.

Ecos da leitura do relatório de emprego nos EUA na sexta-feira (2), e de resultados abaixo do esperado das big techs jogaram a aversão ao risco às alturas, com o índice VIX, subindo mais de 100%. Parte relevante dos investidores chegou a especular com a possibilidade de o Federal Reserve promover um corte extraordinário da taxa de juros em razão do acúmulo de sinais de perda de fôlego da atividade nos EUA. A busca por refúgio nos Treasuries e no iene castigava em especial moedas de países com juros altos, abaladas pela reversão de operações de “carry trade” financiadas com empréstimos na moeda japonesa.

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A febre compradora amainou um pouco no fim da manhã com a divulgação de alta do índice de gerente de compras de (PMI, na sigla em inglês) do setor de serviços nos Estados Unidos. Foi informado avanço de 48,8 em junho para 51,4 em julho, enquanto analistas previam aumento menor, a 51. Leituras acima de 50 indicam expansão da atividade. Houve, ainda, uma moderação dos ganhos do iene em relação ao dólar, ainda superiores a 1%, e menor apetite por Treasuries. Segundo operadores, o quadro externo menos tenso abriu espaço para realização de lucros no mercado doméstico, em especial no segmento futuro, com o contrato de dólar para setembro tocando terreno negativo.

Com mínima a R$ 5,7132, o dólar à vista terminou o dia cotado a R$ 5,7414, alta de 0,56%. Nos três primeiros pregões de agosto, a moeda americana já apresenta ganhos de 1,52%, o que leva a valorização no ano a 18,30%. Embora tenha sofrido menos que seus pares nos últimos dias, o real tem o pior desempenho em 2024 no grupo das divisas mais relevantes.

*Com informações do Estadão Conteúdo
Publicado por Carolina Ferreira

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