Em São Paulo, dólar turismo supera os R$4

  • Por Estadão Conteúdo
  • 16/05/2018 09h12 - Atualizado em 16/05/2018 09h14
Agência Brasil Saldo comércio no primeiro semestre bate recorde ao registar alta de 68,2% Quem optou por comprar moeda em espécie pagou R$ 3,80 nas mesmas casas de câmbio

O mercado de câmbio viveu na última terça-feira, 15, mais um dia de pressão no Brasil. Ao longo do dia, a cotação da moeda americana negociada à vista chegou muito perto do patamar de R$ 3,70 para operações envolvendo empresas, bancos e governos. No fim do pregão, o ativo recuou e fechou em R$ 3,66, alta de 0,99%

Para o consumidor final, porém, o dólar turismo ultrapassou a casa dos R$ 4 em São Paulo. Para quem optou por levar o dinheiro em um cartão de viagem (cartão pré-pago), a moeda teve cotação média de R$ 4,015, segundo levantamento realizado pelo site Meu Câmbio.

Para o dado, a startup levou em conta a média de preços em cinco casas de câmbio (Melhor Câmbio, Confidence Câmbio, Cotação, Getmoney e Novo Mundo) incluindo 6,38% de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que é quanto se paga por operações de câmbio no cartão.

Quem optava por comprar a moeda em espécie pagava em média R$ 3,80 nas mesmas casas de câmbio. A diferença entre o preço da moeda em espécie e em cartão pré-pago é quanto ao imposto. O governo cobra 1,1% de alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para o dólar em espécie e 6,38% para operações de câmbio em cartão pré-pago e cartão de crédito.

Procura 

Apesar da esticada na cotação, há quem diga que a procura pela moeda registrou alta na terça-feira. Na visão de Vanessa Blum, diretora comercial da Getmoney, o movimento se dá porque há entre os consumidores um receio de alta na moeda. “Como a moeda está subindo direto, quem tinha uma viagem marcada e tem de comprar dólar acha que (a cotação) vai aumentar”, disse.

O empresário e engenheiro agrônomo Rubens Cheron, que viajará a trabalho para os Estados Unidos no próximo sábado, 19, é um exemplo de quem precisa comprar dólar e não pode mais esperar pela queda da cotação.

Na expectativa de uma valorização do real, ele empurrou a compra para a semana da viagem. Na terça, tomou um susto. “Eu não comprei dólares ainda, mas vou ter de comprar amanhã (quarta-feira, 17). Essa subida não estava nos planos”, lamenta

Recorde

Na terça-feira, o dólar renovou máximas ante o real, fortalecido por dados positivos da economia americana. Ao longo do dia, a cotação da moeda americana chegou a bater R$ 3,69, alta de 1,85% À tarde, a moeda perdeu um pouco de sua força e fechou cotada a R$ 3,66. O dólar comercial é utilizado por empresas, bancos e governos para operações no mercado de câmbio, como transferências financeiras, exportações, importações, entre outros.

Já o dólar turismo é utilizado para viagens, transações de turismo no exterior e débitos em moeda estrangeira no cartão de crédito. Ele é mais caro porque é calculado com base no dólar comercial mais os custos das casas de câmbio com questões logísticas, administrativas e com seguro em caso de roubo, uma vez que as transações com dólar turismo são feitas em “dinheiro vivo”. As transações com dólar comercial, por sua vez, são feitas de forma eletrônica.

 

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