Entidade com 800 mil caminhoneiros adere à greve marcada para 1º de fevereiro

Paralisação nacional pode chegar a 2 milhões de motoristas, estima organizadores; grupo fará ato na capital paulista nesta quarta-feira contra o reajuste dos combustíveis

  • Por Jovem Pan
  • 26/01/2021 17h55 - Atualizado em 28/01/2021 16h15
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Diogo Patroni/Jovem Pan Mobilização está sendo convocada entre caminhoneiros de todo o país

A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte e Logística (CNTTL) afirmou nesta terça-feira, 26, que apoiará a paralisação nacional de caminhoneiros agendada para 1º de fevereiro. Em nota, a entidade, que afirma reunir 800 mil motoristas autônomos e com carteira assinada, reitera as pautas defendidas pelo movimento paradista, principalmente a falta de avanços na legislação para a criação de um piso mínimo de frete. O porta-voz da entidade, Carlos Alberto Litti Dhamer, critica a falta de ação do governo de Jair Bolsonaro (sem partido) e do Supremo Tribunal Federal (STF) na condução do assunto. “Lamentável o reajuste da Tabela do Piso Mínimo de Frete, realizada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Até hoje não tivemos o julgamento do piso pelo STF. Não podemos suportar essa situação. Hoje temos um piso mínimo de fome. Para nós, inconstitucional é a fome e a exploração. Vamos dar um basta nisso. Vamos cruzar os braços no dia 1º de fevereiro”, afirmou. Dhamer, que também é presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Carga (Sinditac) de Ijuí, no Rio Grande do Sul, e vice-presidente da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), ainda cita o aumento de 60% no valor do pneu nos últimos meses. O produto teve o imposto isento pelo Ministério da Economia na última semana após a veiculação das primeiras notícias da paralisação. A Confederação Nacional do Transporte (CNT) também anunciou que os profissionais da área de transporte serão priorizados no Plano Nacional de Imunização contra a Covid-19.

Entidades de caminhoneiros de todo o país estão se mobilizando para uma nova paralisação nacional a partir de 1º de fevereiro contra o aumento dos combustíveis e uma série de reivindicações não atendidas após a greve de 2018. Parte do grupo irá se mobilizar a partir das 11h desta quarta-feira, 27, em um ato na Ponte do Limão, ligação entre as zonas Oeste e Central com a zona Norte da capital paulista. O ato está previsto para se estender até às 14h. O movimento é liderado pelo Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC) e apoiado pelos 22 grupos que compõem o colegiado. Segundo o presidente da Associação Nacional do Transporte Autônomo do Brasil (ANTB), José Roberto Stringasci, a mobilização pode contar com a participação de até 2 milhões de caminhoneiros, entre trabalhadores autônomos e fichados. A mobilização terá adesão de motoristas em 18 estados brasileiros, incluindo São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Bahia e Ceará. A expectativa da entidade é que 70% de todos os trabalhadores parem de trabalhar por tempo indeterminado.

O reajuste dos combustíveis com o preço de paridade de importação (PPI), que é baseado nas cotações internacionais do petróleo, é uma das principais críticas dos caminhoneiros. As reivindicações também incluem a maior agilidade para a criação de um piso mínimo para o frete e a inclusão dos trabalhadores no debate da BR do Mar, o projeto do governo federal para incentivar o transporte de cargas por via marítima. Apesar da grande quantidade de caminhoneiros mobilizados, a Confederação Nacional do Transporte (CNT) posicionou-se, em nota, contra a greve. “A CNT, por intermédio do seu presidente, Vander Costa, reafirma o compromisso do setor transportador com a sociedade. Se houver algum movimento desta natureza, as transportadoras garantem o abastecimento do país, desde que seja garantida a segurança nas rodovias”, disse em nota. 

 

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