FMI aumenta a previsão do PIB do Brasil para crescimento de 5,3% em 2021

Para o ano que vem, no entanto, órgão internacional reduziu a perspectiva para 1,9%

  • Por Jovem Pan
  • 27/07/2021 12h30 - Atualizado em 27/07/2021 16h29
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Johannes P. Christo/Reuters Homem passa em frente ao logo do Fundo Monetário Internacional Fundo Monetário Internacional cita o Brasil como exemplo de país que já começa a reestruturar a política econômica para contornar as pressões da inflação

O Fundo Monetário Internacional (FMI) elevou a previsão do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2021 para alta de 5,3%, segundo o Panorama Econômico Mundial publicado nesta terça-feira, 27. O valor está 1,6 ponto percentual acima da previsão de 3,7% divulgada na edição de abril. Para o ano que vem, no entanto, a entidade global cortou 0,7 ponto percentual, passando a estimativa de 2,6% para 1,9%. O valor para este ano está de acordo com a perspectiva de alta de 5,3% do mercado financeiro. Para o ano que vem, a previsão indica avanço de 2,1%. O FMI apontou o Brasil e o México como os responsáveis por impulsionar o PIB da América Latina em 2021, que passou de 4,6% para 5,8%. No caso brasileiro, a revisão foi motivada pelo aumento das exportações, enquanto a economia mexicana foi puxada pela melhora dos índices nos Estados Unidos. O relatório também cita o país, ao lado da Índia, como um exemplo bem-sucedido da adoção de políticas fiscais para mitigar os efeitos econômicos com a piora da pandemia do novo coronavírus.

O FMI também chamou a atenção para o aumento da inflação em todo o mundo. Segundo o órgão, o movimento é transitório e deve voltar aos níveis pré-pandemia já em 2022, apesar do cenário ainda ser bastante incerto. Em especial aos mercados emergentes, como o brasileiro, o FMI aponta a alta dos alimentos como principal fator de impacto nos preços. “Os Bancos Centrais deveriam olhar além das pressões transitórias e evitar o aperto até que haja mais clareza sobre a dinâmica dos preços. Uma comunicação clara dos Bancos Centrais sobre o panorama da política monetária será essencial para as expectativas de inflação e a proteção contra apertos prematuros da situação financeira”, informou. “Existe, no entanto, um risco de que as pressões transitórias se tornem mais persistentes e que os Banco Centrais precisem tomar medidas preventivas.”

O órgão também citou o Brasil ao listar os países emergentes que já iniciaram o processo de normalização da política monetária para contornar os impactos inflacionários. “Muitos mercados emergentes e economias em desenvolvimento, por outro lado, estão procurando reconstruir os amortecedores fiscais. Alguns, incluindo o Brasil, Hungria, México, Rússia e Turquia também começaram a normalizar a política monetária para evitar pressões de alta sobre os preços.” O mercado financeiro passou a ver a Selic a 7% já no fim de 2021, índice que deve ser mantido até o ano que vem. A mediana da pesquisa feita pelo Banco Central também indicou a piora do cenário da inflação neste ano, com a elevação da expectativa para 6,56%, a 16ª semana seguida de revisão para cima. O Comitê de Política Monetária (Copom) volta a se encontrar no início de agosto para debater o futuro da taxa de juros. A recente alta da inflação medida pela prévia do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) levou analistas a especular o avanço de 1 ponto percentual, levando a Selic a 5,25% ao ano, para evitar a contaminação das perspectivas para 2022.

 

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