Governo Central tem déficit de R$ 9,283 bilhões em julho, revela Tesouro

O saldo – que reúne as contas do Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central – foi o pior desempenho em termos reais para o mês desde 2023

  • Por Jovem Pan
  • 05/09/2024 16h13
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Freepik Homem coloca moeda em pilhas de moeda na mesa O resultado negativo do mês passado veio mais intenso do que mediana das expectativas do mercado financeiro

As contas do Governo Central registraram déficit primário em julho, conforme divulgação realizada nesta quinta-feira (5), pelo Tesouro Nacional. No mês passado, a diferença entre as receitas e as despesas ficou negativa em R$ 9,283 bilhões. O resultado sucedeu o déficit de R$ 38,836 bilhões em junho.
O saldo – que reúne as contas do Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central – foi o pior desempenho em termos reais para o mês desde 2023 – a série histórica do Tesouro foi iniciada em 1997. Em julho de 2023, o resultado havia sido negativo em R$ 35,921 bilhões, em valores nominais.

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O resultado negativo do mês passado veio mais intenso do que mediana das expectativas do mercado financeiro. A mediana apontava um déficit de R$ 7,135 bilhões, de acordo com levantamento que trazia um intervalo que ia de déficit de R$ 12,2 bilhões a superávit de R$ 200 milhões.

O resultado divulgado pelo Tesouro viria próximo das projeções e do cálculo feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que previa que o déficit primário para o mês fecharia em R$ 8,5 bilhões.

Acumulado

No acumulado do ano até julho, o Governo Central registrou déficit de R$ 77,858 bilhões, o pior resultado desde julho de 2023. Em igual período do ano passado, esse mesmo resultado era negativo em R$ 79,154 bilhões, em termos nominais.

Em julho, as receitas tiveram alta de 9,5% em relação à igual mês do ano passado. No acumulado, houve alta real de 8,6%. Já as despesas caíram 6% em julho, já descontada a inflação. No acumulado destes sete meses, a variação foi positiva em 7,8%.

Em 12 meses até julho, o Governo Central apresenta déficit de R$ 233,3 bilhões, equivalente a 2,04% do PIB . Desde janeiro de 2024, o Tesouro passou a informar a relação entre o volume de despesas sobre o PIB, uma vez que o arcabouço fiscal busca a estabilização dos gastos públicos.

No acumulado dos últimos 12 meses até julho, as despesas obrigatórias somaram 18,3% em relação ao PIB, enquanto as discricionárias do Executivo alcançaram 1,9% em relação ao PIB no mesmo período.

Para 2024, o governo persegue duas metas. Uma é a de resultado primário, que deve ser neutro (0% do PIB), permitindo uma variação de 0,25 ponto porcentual para mais ou menos, conforme estabelecido no arcabouço. O limite seria um déficit de até R$ 28,8 bilhões. A outra é de limite de despesas, que é fixo em R$ 2,089 trilhões neste ano.

No último Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas, publicado em julho, o Ministério do Planejamento e Orçamento estimou um resultado deficitário de R$ 28,8 bilhões nas contas deste ano, equivalentes a 0,25% do PIB.

Composição

As contas do Tesouro Nacional, incluindo o Banco Central registraram um superávit primário de R$ 13,173 bilhões em julho, de acordo com dados divulgados pelo Tesouro. No ano, o superávit primário acumulado nas contas do Tesouro Nacional (com BC) é de R$ 142,820 bilhões.

Já o resultado do INSS foi deficitário em R$ 22,456 bilhões no mês retrasado. No acumulado de 2024 até julho, o resultado foi negativo em R$ 220,678 bilhões.

As contas apenas do Banco Central tiveram déficit de R$ 327 milhões em julho e déficit de R$ 596 milhões nos sete primeiros meses de 2024.

*Com informações do Estadão Conteúdo
Publicado por Tamyres Sbrile

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