Ibovespa sobe 4%, e dólar cai a R$ 5 com divulgação do IPCA

Resultado do Índice Nacional de Preço ao Consumidor Amplo gerou uma reação positiva do mercado financeiro, com inflação abaixo do esperado; moeda norte-americana caiu 1,18%

  • Por Jovem Pan
  • 11/04/2023 11h55 - Atualizado em 11/04/2023 15h55
RONALDO SILVA/PHOTOPRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Bolsa de Valores Ibovespa Considerado a inflação oficial do Brasil, o IPCA registrou uma alta de 0,71% em março

Após a divulgação do Índice Nacional de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA), a bolsa de valores brasileira entrou em trajetória de alta. Às 15h40, o Ibovespa registrava valorização de 3,98%, aos 105.900,82 pontos. Em contrapartida, o dólar sofreu forte queda. A moeda norte-americana caiu 1,18% frente ao real, sendo cotada a R$ 5,0069. De acordo com especialistas do mercado financeiro, a movimentação se deve ao fato do IPCA de março ter mostrado uma desaceleração em relação ao mês de fevereiro. Além disso, a taxa ficou abaixo da expectativa do mercado. Co-head de Investimentos da Arton Advisors, Raphael Vieira analisa que a reação do mercado está sendo positiva em relação ao IPCA. “A expectativa era de 0,77% e veio um número abaixo disso e menor que o de fevereiro. Ir abaixo da expectativa já é um sinal positivo. O número foi puxado pela redução do preço dos artigos de residência. O grupo de transporte também teve um peso grande, com o aumento da gasolina. O mercado deve olhar de forma positiva, uma vez que o percentual está vindo abaixo da expectativa. Além disso, tivemos o dólar abrindo a sessão em queda, em relação ao real. A expectativa de juros futuros (DI) também está caindo. Ao mesmo tempo, você tem o índice da bolsa subindo”, pontua.

Everton Gonçalves, superintendente da Assessoria Econômica da ABBC, complementa que o IPCA de março foi uma surpresa positiva. “Mas o caminho para a convergência da inflação e a ancoragem das expectativas até as metas vigentes, com certeza, não será trivial. Apesar disso, o processo será favorecido pela desaceleração na demanda, motivada pelos efeitos defasados da elevada taxa de juros, que há muito tempo está em terreno contracionista. Também há efeito da deterioração das condições do mercado de crédito. Dependendo do comportamento dos principais fatores de risco para a inflação, é bem possível que a flexibilização monetária possa ocorrer no segundo semestre desse ano”, observa.

André Galhardo, consultor econômico da Remessa Online analisa que o real deve estender os ganhos em relação ao dólar norte-americano, depois que a pesquisa ADP, espécie de prévia do payroll, sugeriu o menor nível de geração de vagas de emprego desde a pesquisa divulgada em novembro. “É importante relembrar que os números da pesquisa ADP têm sido distintos dos resultados oficiais de geração de postos de trabalho nos Estados Unidos, no entanto, a expectativa é de que, finalmente, a economia dos EUA esteja passando por uma acomodação, o que deve dar subsídios para que as moedas não-conversíveis continuem ampliando os ganhos sobre o dólar”, destaca.

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