Ibovespa sobe acima dos 107 mil pontos e renova máxima desde fevereiro; Carrefour cai 5%

Negócios brasileiros seguiram bom humor internacional com novos avanços de vacina e expectativa de campanha de imunização nos EUA ainda neste ano; dólar inverte e fecha em alta com risco fiscal brasileiro

  • Por Jovem Pan
  • 23/11/2020 19h19 - Atualizado em 24/11/2020 12h26
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WILLIAN MOREIRA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Mercado nacional segue bom humor do exterior e renova máxima desde fevereiro

A Bolsa de Valores brasileira teve um dia de euforia nesta segunda-feira, 23,  com a divulgação de avanços na descoberta da vacina contra o novo coronavírus e a expectativa de uma possível campanha de imunização nos Estados Unidos ainda neste ano. O Ibovespa, o principal indicador da B3, encerrou o primeiro pregão da semana com avanço de 1,2%, aos 107.378 mil pontos. Este é o melhor desempenho para os negócios desde 21 de fevereiro, quando o Ibovespa encerrou aos 113.681 mil pontos. No câmbio, porém, a preocupação dos investidores com o futuro das contas públicas foi maior e fez o dólar fechar o o dia com alta de 0,83%, cotado a R$ 5,433. Na mínima, a divisa chegou aos R$ 5,340, enquanto na máxima não passou dos R$ 5,449.

O destaque negativo do dia foi a queda de 5,3% nas ações do Carrefour, que na Bolsa de Valores brasileira são identificadas como CRFB3, na esteira da repercussão do assassinato de João Alberto Silveira Freitas por dois seguranças da rede de supermercados em Porto Alegre, na noite de quinta-feira, 19. A desvalorização ocorreu em meio aos protestos realizados desde a sexta-feira, 20. Em São Paulo, manifestantes chegaram a atear fogo dentro de uma unidade da rede supermercadista. Manifestações também foram registradas em Porto Alegre, Rio de Janeiro, Curitiba e Belo Horizonte. João Alberto morreu na última quinta-feira após ter sido espancado e asfixiado por dois seguranças contratados pelo supermercado.

O mercado reagiu de forma positiva aos anúncios de avanços na corrida pela descoberta de um imunizante contra a Covid-19 e a expectativa de reabertura das economias. Hoje, foram divulgados resultados que apontam a eficácia de 70% da vacina desenvolvida pelo laboratório AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford, no Reino Unido. O estudo integra a fase 3 da pesquisa e conta com a participação de 20 mil voluntários no Reino Unido e Brasil. Essa vacina é a única que o governo federal comprou até agora e está sendo desenvolvida em parceria pela Fiocruz. Estudos semelhantes divulgadas na semana passada comprovaram a eficácia em diferentes fases de testes das vacinas desenvolvidas pela Pfizer e da farmacêutica SinoVac, em colaboração com o Instituto Butantan. O bom humor dos investidores também foi impulsionado pelo anúncio feito pela agência reguladora dos Estados Unidos (FDA, na sigla em inglês) de que técnicos irão se reunir no dia 10 de dezembro para analisar um pedido da Pfizer para aprovação do seu imunizante. Caso haja liberação, a campanha de vacinação pode ser iniciada no dia seguinte.

Apesar do otimismo com o noticiário internacional, o mercado financeiro acompanha com cautela a movimentação em Brasília para a aprovação das pautas enviadas pelo Ministério da Economia ao Congresso, principalmente os textos que criam gatilhos ao teto de gastos e limitam o risco fiscal. Os investidores também observam os rumos que o governo federal tomará com o crescimento de internações no país. Nesta segunda, o ministro Paulo Guedes afirmou que o auxílio emergencial não será estendido para além de 31 de dezembro deste ano e que o país não vive uma segunda onda de infecções pelo novo coronavírus.

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