Inflação ao consumidor dos EUA sobe em outubro e vai ao maior nível em 31 anos

CPI registra alta de 6,2% na comparação com o mesmo mês do ano passado, maior salto desde dezembro de 1990; excluindo energia e alimentos, indicador avança 4,6%

  • Por Jovem Pan
  • 10/11/2021 14h31 - Atualizado em 11/11/2021 12h17
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Dado Ruvic/Reuters Cédulas de dólar enroladas em frente um fundo vermelho Inflação ao consumidor vai ao maior nível desde dezembro de 1990

O índice de inflação ao consumidor dos Estados Unidos foi a 6,2% em outubro, o maior aumento em 31 anos, segundo dados divulgados pelo Departamento do Trabalho nesta quarta-feira, 10. O CPI, na sigla em inglês, reúne produtos que vão desde a gasolina até os alimentos e veículos, semelhante ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o indicador oficial da inflação brasileira. O resultado de outubro, em comparação com o mesmo mês do ano passado, foi o mais expressivo desde dezembro de 1990 e reforça os impactos da variação de preços no processo de recuperação da maior economia do mundo após os choques gerados pela pandemia do novo coronavírus. Na comparação com o mês anterior, a inflação ao consumidor aumentou 0,9%. Ambos resultados vieram acima do esperado pelos analistas do mercado. Excluindo os impactos da variação da energia e dos alimentos, considerados os núcleos do CPI, o índice registrou alta de 4,6% na comparação anual, e 0,6% na base mensal. O primeiro grupo registrou alta de 4,8% em comparação com setembro, enquanto na base de 12 meses a variação foi de 30%. Já os alimentos subiram 0,9% e 5,3%, respectivamente. Os combustíveis tiveram majoração de 12,3% em outubro na comparação ao mês anterior, e 59,1% no paralelo de 12 meses.

Os sinais de alta da inflação nos últimos meses levaram o Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos EUA, a rever a estratégia de estímulo monetário adotada a partir da pandemia da Covid-19. No início de novembro, a entidade anunciou a redução gradual da compra de títulos públicos. A partir do fim deste mês, o Fed vai cortar US$ 15 bilhões da aquisição mensal, passando de US$ 120 bilhões para US$ 105 bilhões mensais. A entidade indicou que deve fazer uma nova redução de US$ 15 bilhões em dezembro, passando a compra para US$ 90 bilhões. “O Comitê julga que reduções semelhantes no ritmo de compras de ativos líquidos provavelmente serão apropriadas a cada mês, mas está preparado para ajustar o ritmo de compras se for justificado por mudanças nas perspectivas econômicas”, informou a ata da autoridade monetária. A despeito do corte nos estímulos, o Fed não alterou os juros, mantendo a taxa em níveis mínimos entre 0% e 0,25%, e afirmou que “espera que seja apropriado manter essa faixa-alvo até que as condições do mercado de trabalho tenham alcançado níveis consistentes com os do Comitê”.

O Federal Reserve também observou que a inflação está alta, mas pontuou que os motivos são passageiros. “A inflação está elevada, refletindo em grande parte fatores que se espera sejam transitórios. Os desequilíbrios de oferta e demanda relacionados à pandemia e à reabertura da economia contribuíram para aumentos consideráveis ​​de preços em alguns setores”, informou o Fed. Segundo a autoridade monetária, o avanço da vacinação contra a Covid-19 e a queda de restrições devem continuar impulsionando as atividades. “A trajetória da economia continua dependendo do curso do vírus. Espera-se que o progresso na vacinação e uma redução das restrições de oferta apoiem os ganhos contínuos da atividade econômica e do emprego, bem como a redução da inflação. Os riscos para as perspectivas econômicas permanecem.”

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