Juros fecham em alta, com aversão ao risco de emergentes e expectativa com Ibope

  • Por Estadão Conteúdo
  • 04/09/2018 18h14
NILTON FUKUDA/AGÊNCIA ESTADO/AE NILTON FUKUDA/AGÊNCIA ESTADO/AE O mercado quer ver se o início da propaganda eleitoral já produz efeitos positivos nas intenções de voto dos candidatos

Os juros futuros fecharam em alta nesta terça-feira, 4, pressionados pela aversão ao risco que resultou em ganhos generalizados do dólar e em queda das bolsas, além da cautela antes da pesquisa de intenção de votos para presidente da República realizada pelo Ibope/Estadão/TV Globo, que será divulgada no período da noite. Na última hora, as ações foram o destaque entre os ativos domésticos, com o Ibovespa renovando mínimas e se firmando abaixo dos 75 mil pontos.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2020 fechou em 8,86%, de 8,79% no ajuste anterior, a taxa do DI para janeiro de 2021 subiu de 9,99% para 10,11%. O DI para janeiro de 2023 fechou com taxa de 11,75%, de 11,60% no ajuste de segunda-feira. A taxa do DI para janeiro de 2025 encerrou a 12,46%, de 12,32%.

“O principal é dinâmica eleitoral, com os resultados da pesquisa logo mais. E o ambiente externo segue sendo de bastante incerteza”, disse o economista-chefe do DMI Group, Daniel Xavier, para explicar a postura defensiva do investidor.

Para ele, contudo, os números do Ibope têm de ser lidos com ressalva, porque a pesquisa começou a ser feita antes da decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de barrar a candidatura do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O mercado quer ver se o início da propaganda eleitoral no rádio e na televisão já produz efeitos positivos nas intenções de voto do candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, que é quem tem mais tempo de exposição.

Ao mesmo tempo, há expectativa em torno do desempenho de Jair Bolsonaro (PSL), que lidera as pesquisas em cenários sem a presença de Lula.

Na renda variável, o Ibovespa caía 2,02%, aos 74.654,43 pontos, às 16h22, na mínima da sessão, acompanhando a aceleração das perdas de outras bolsas de economias emergentes, como a de Buenos Aires, que recuava em torno de 4%.

Nem o avanço dos papéis de companhias exportadoras, presentes na lista das maiores altas e que se beneficiam da alta do dólar, conseguiam se contrapor à queda expressiva de blue chips como Petrobras PN (-1,89%) e Santander Unit (-2,31%). O ranking das maiores altas era liderado por BRF ON (+2,75%).

A crise na Argentina segue no foco dos investidores, espalhando aversão ao risco para os demais emergentes, o peso fechou em queda de 0,80% ante o dólar, com a moeda americana cotada em 38,96 pesos. Aqui, o dólar subia 0,12% no segmento à vista, aos R$ 4,1555, às 16h36.

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.