Mansueto diz que déficit de R$ 700 bi seria ‘otimista’ e prevê R$ 800 bi

Segundo o secretário, mudar a Constituição para flexibilizar o teto ‘está fora de cogitação’

  • Por Jovem Pan
  • 18/06/2020 20h56
  • BlueSky
George Gianni/PSDB George Gianni/PSDB Para Mansueto, a crise atual não é só de liquidez, é de solvência também

O governo pode registrar neste ano um rombo superior a R$ 800 bilhões, admitiu nesta quinta-feira, 18, o secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida. Em sua última estimativa oficial, o Ministério da Economia calculava um déficit primário do setor público de R$ 708,7 bilhões em 2020. Hoje, Mansueto disse que uma projeção de rombo na casa dos R$ 700 bilhões seria “otimista”.

Economistas e a Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado já projetam um déficit até maior, passando dos R$ 900 bilhões. Diante da situação das contas, Mansueto destacou a necessidade de manter o compromisso com o teto de gastos, mecanismo que limita o avanço das despesas à inflação e hoje funciona como uma espécie de “superâncora” para sinalizar compromisso com o ajuste

Segundo o secretário, mudar a Constituição para flexibilizar o teto “está fora de cogitação”. “Se o governo não conseguir resistir à pressão (contra o teto), isso pode elevar juro, risco-país, aumentar período de restrição, carga tributária”, alertou.

Ele ressaltou que o teto de gastos impede a manutenção de gastos emergenciais deste ano em 2021, a não ser que eles sejam incluídos no Orçamento e devidamente compensados. Do contrário, seria preciso mudar a Constituição. “Se não respeitar o teto, vai ser pior”, advertiu o secretário em videoconferência promovida pelo Infomoney.

Para Mansueto, a crise atual não é só de liquidez, é de solvência também.”Não sabemos quais empresas vão sobreviver e como será comportamento de consumidor”, afirmou.

* Com informações do Estadão Conteúdo

  • BlueSky

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.