Mercado reduz previsão do PIB e renova alta da inflação para 2021

Entidades e especialistas ouvidos pelo Banco Central estimam que economia cresça 3,08%; projeção do IPCA sobe para 4,85%

  • Por Jovem Pan
  • 12/04/2021 11h54 - Atualizado em 12/04/2021 19h35
Adriano Machado/Reuters Homem em frente ao Banco Central Servidores do BC aprovaram paralisação em assembleia nesta segunda-feira

O mercado financeiro revisou para cima as expectativas para a inflação, taxa de juros e dólar em 2021, ao mesmo tempo que reduziu a previsão do Produto Interno Bruto (PIB), segundo números divulgados pelo Boletim Focus nesta segunda-feira, 12. Economistas e entidades consultadas pelo Banco Central estimam que a economia avance 3,08% neste ano, a sexta semana seguida de revisão para baixo. Na última edição, a previsão apontava alta de 3,17%, ante 3,23% há um mês. As fontes consultadas pela autoridade monetária esperam que a inflação encerre 2021 com alta de 4,85%, ante 4,81% há uma semana, e 4,6% há um mês. O valor se descola ainda mais do centro da meta de 3,75% perseguida pelo Banco Central, com margem para flutuar entre 2,25% e 5,25%. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi a 6,1% nos 12 meses acumulados em março, quando bateu 0,93%, a maior alta para o mês em seis anos, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados na semana passada.

Os números do Boletim Focus também mostram alta na expectativa da Selic para 5,25% ao ano. Há uma semana, a previsão para a taxa básica de juros da economia brasileira era de 5%, e há um mês 4,5%. A Selic é a principal ferramenta do BC para controlar a inflação. O Comitê de Política Monetária (Copom) alterou a taxa de 2% para 2,75% ao ano na última reunião do colegiado, em março, o primeiro movimento de alta em quase seis anos. O presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmou na última semana que o cenário atual permite uma nova dose de 0,75 ponto percentual, jogando a taxa para 3,5% ao ano, “a não ser que algo extraordinário aconteça” até o encontro marcado para os dias 4 e 5 de maio. Ao mesmo tempo, o mercado revisou a alta do câmbio pela terceira edição seguida. Agora, a estimativa é que o dólar encerre o ano a R$ 5,37, ante projeção de R$ 5,35 na semana passada, e R$ 5,30 há um mês. A moeda norte-americana opera em queda neste início de semana, cotada a aproximadamente R$ 5,65.

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