Petrobras não é a única responsável pelo aumento dos combustíveis, diz Silva e Luna

Em sessão no Senado, presidente da estatal afirma que reajustes são reflexos de uma série de fatores e critica a criação de um imposto sobre a exportação do petróleo para estabilizar os preços

  • Por Jovem Pan
  • 23/11/2021 15h33
Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil Homem em pé Presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, isentou a estatal de ser a única responsável pelo aumento dos preços dos combustíveis

O presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, afirmou nesta terça-feira, 23, que a estatal não é a única responsável pelo encarecimento dos combustíveis no país e criticou a criação de um imposto sobre a exportação de petróleo para equalizar os preços. O responsável pela Petrobras participou de uma audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado para esclarecer os sequentes reajustes nos combustíveis. Silva e Luna observou que 1997 a empresa não detém mais o monopólio da atividade petrolífera e justificou uma série de fatores para a variação dos preços nas bombas. “A afirmação de que a Petrobras é um monopólio não está correta. Ela compete livremente com outros atores do mercado”, disse. “A pandemia e o combate a ela nos colocaram em uma posição diferenciada. Tivemos como consequência um choque de demanda elevado, com uma oferta inferior à demanda. Como consequência, uma escalada muito grande do preço das commodities, uma crise hídrica e a desvalorização do real em relação ao dólar.”

Aos senadores, Silva e Luna criticou a proposta de criação de uma taxa em cima da exportação de petróleo cru como meio de financiar um fundo para conter a variação dos combustíveis. O presidente da estatal afirmou que a medida poderia gerar insegurança jurídica e afastar os investidores do país. “Eventual taxa para a exportação de óleo pode trazer prejuízos para o mercado”, afirmou durante a sessão. O presidente da estatal afirmou que a Petrobras chegou a ficar, sob sua gestão, 92 dias sem reajustar o valor do gás de cozinha, 85 sem reajustar o diesel e 56 sem alterar o preço da gasolina. Em resposta, o senador Omar Aziz (PSB-AM) chamou de “brincadeira” o argumento de Silva e Luna. “O salário do trabalhador brasileiro não é alterado a cada 90 dias, como o combustível é hoje quase diariamente. É uma brincadeira achar que se está fazendo um grande favor aos brasileiros”, afirmou.

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.