Preço da cesta básica recua em 15 capitais brasileiras em 2023
Redução foi tendência geral, impulsionada pela revalorização do salário mínimo e ampliação da política de transferência de renda
O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) divulgou nesta segunda-feira, 8, dados que mostram o recuo do valor da cesta básica em 15 capitais brasileiras, das 17 que participaram da pesquisa, ao longo de 2023 As maiores reduções acumuladas no período de 12 meses foram registradas em Campo Grande, Belo Horizonte, Vitória, Goiânia e Natal. Por outro lado, Belém e Porto Alegre apresentaram taxas positivas acumuladas. De acordo com o departamento, a redução no valor da cesta básica foi uma tendência geral. A revalorização do salário mínimo e a ampliação da política de transferência de renda também contribuíram para essa melhora. Nos últimos anos, as famílias enfrentaram aumentos de preços dos alimentos acima da média da inflação.
No entanto, o Dieese alerta que a questão climática, os conflitos externos, o câmbio desvalorizado e o impacto da demanda externa sobre os preços internos das commodities podem representar desafios para 2024. Em relação à comparação mensal, o valor da cesta básica subiu em 13 cidades entre novembro e dezembro de 2023. Brasília, Porto Alegre, Campo Grande e Goiânia foram as cidades que apresentaram os maiores aumentos. Por outro lado, Recife, Natal, Fortaleza e João Pessoa tiveram diminuições no valor da cesta. No mês de dezembro de 2023, Porto Alegre (R$ 766,53) foi a cidade com o maior custo da cesta básica, seguida por São Paulo (R$ 761,01), Florianópolis (R$ 758,50) e Rio de Janeiro (R$ 738,61). Já Aracaju (R$ 517,26), Recife (R$ 538,08) e João Pessoa (R$ 542,30) registraram os menores valores médios.
Com base na cesta mais cara, que foi a de Porto Alegre, o Dieese estima que o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ser de R$ 6.439,62. Esse valor corresponde a 4,88 vezes o salário mínimo atual, que é de R$ 1.320,00. Em novembro, o mínimo necessário era de R$ 6.294,71 ou 4,77 vezes o piso vigente. Em dezembro de 2022, o valor era de R$ 6.647,63, ou 5,48 vezes o piso em vigor.
O tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica também foi analisado pelo Dieese. Em dezembro de 2023, um trabalhador remunerado pelo salário mínimo precisava de 109 horas e três minutos para adquirir os produtos. Em novembro, a jornada necessária era de 107 horas e 29 minutos. Já em dezembro de 2022, a média era de 122 horas e 32 minutos. Quando se compara o custo da cesta básica com o salário mínimo líquido, descontando o valor referente à Previdência Social, o levantamento mostra que, em dezembro de 2023, o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu 53,59% do rendimento para adquirir os mesmos produtos. Em novembro, esse comprometimento era de 52,82%. Já em dezembro de 2022, o percentual era de 60,22%.
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