Presidente do Banco Central diz que ainda não viu nova regra fiscal, mas que prévia era ‘razoável’

Roberto Campos Neto declarou que texto preliminar mostrava ‘preocupação com a trajetória da dívida’ por parte do governo federal

  • Por Jovem Pan
  • 30/03/2023 14h01 - Atualizado em 30/03/2023 14h03
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DIDA SAMPAIO/ESTADÃO CONTEÚDO Presidente do BC, Roberto Campos Neto Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, admitiu que ainda não viu a proposta final do arcabouçou fiscal

Roberto Campos Neto declarou nesta quinta-feira, 30, que ainda não viu a proposta de arcabouço fiscal apresentada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT). O presidente do Banco Central, porém, afirmou que analisou a prévia do texto e que considerou o modelo “bastante razoável”, demonstrando “preocupação com a trajetória da dívida” por parte do governo federal. “Entendemos que há uma boa vontade muito grande da Fazenda. Quando olhamos os parâmetros, sem calibragem, parecia bastante razoável, mas faz algum tempo. Não quero fazer comentário sem saber como é o arcabouço, mas a gente reconhece o esforço que está sendo feito pela Fazenda. Denota preocupação com a trajetória da dívida”, comentou em conversa com jornalistas. Campos Neto também voltou a defender a manutenção da taxa de juros em 13,75%, reiterou a autonomia do BC e frisou que o órgão não deve se envolver em temas políticos. “Nosso processo não tem nenhum componente político. O custo de combater a inflação é alto a curto prazo, mas não fazê-lo tem um custo muito maior”, acrescentou.

Mais cedo, Haddad havia apresentado a tão aguardada proposta do arcabouço fiscal. O texto determina que o crescimento anual da despesa estará limitado a 70% da variação da receita primária dos últimos 12 meses. Essa diretriz será combinada com uma meta anual de superávit primário, com uma flutuação de 0,25 ponto porcentual (p.p.). Na apresentação, o ministro reforçou o discurso da gestão de busca pelo equilíbrio entre responsabilidade fiscal e social. O economista afirmou que a nova âncora busca sanar deficiências encontradas nas regras anteriores. Ele pontou que modelos prévios tinham meta de superávit primeiro, mas não tinha dimensão anticíclica, o que prejudica investimentos em momentos de crise. “É uma proposta moderna. É uma proposta que está em linha com o que de mais avançado vem sendo praticado no mundo em desenvolvimento e no mundo desenvolvido e eu penso que vai dar para o país uma trajetória de desenvolvimento sustentável, tanto do ponto de vista fiscal quanto do ponto de vista social”, disse Haddad.

 

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