Prestação de serviços cai 1,2% em outubro e tem o segundo mês seguido de queda
Perda não elimina os ganhos de 6,2% acumulados entre abril e agosto, mas reduz a diferença ao nível pré-pandemia
A prestação de serviço retraiu 1,2% em outubro na comparação com setembro, o segundo mês seguido de resultado negativo, acumulando retração de 1,9% no período, segundo dados divulgados nesta terça-feira, 14, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A perda não elimina os ganhos de 6,2% entre abril e agosto, mas reduz a diferença ao nível pré-pandemia para alta de 2,1%, ante avanço de 3,7% em setembro. Na comparação com outubro de 2020, o volume de serviços cresceu 7,5%, a oitava taxa positiva consecutiva. No acumulado de 2021, o segmento soma alta de 11% em paralelo com o mesmo período do ano passado. Já em 12 meses, a prestação de serviços passou para alta de 8,2%, ante 6,8% no período encerrado em setembro, a maior taxa da série histórica, iniciada em dezembro de 2012. Das cinco atividades pesquisadas, quatro tiveram desempenho no vermelho. A queda de 6,7% de outros serviços foi o destaque negativo no mês. “Essa é uma atividade muito heterogênea e nesse mês foi impactada principalmente pela menor receita das empresas que atuam na pós-colheita, fazendo beneficiamento de produtos agrícolas, e, também, pela queda em corretoras de títulos e valores mobiliários”, explica Rodrigo Lobo, gerente da pesquisa.
Os serviços de informação e comunicação também puxaram o índice para baixo ao registrarem queda de 1,6%. “O segmento que mostrou o principal impacto negativo foi o de telecomunicações. Essa queda é explicada pelo reajuste nas tarifas de telefonia fixa, que avançaram 7,33% nesse mês. Essa pressão vinda dos preços, acabou impactando o indicador de volume do subsetor”, diz Lobo. A queda foi completada pelo desempenho negativo de serviços profissionais, administrativos e complementares (-1,8%) e de transportes (-0,3%). Já a única taxa positiva do mês ficou com serviços prestados às famílias, que subiram 2,7% em outubro, seu sétimo avanço consecutivo, período em que acumularam alta de 57,3%. “Essa foi a atividade que mais sofreu nos meses agudos da pandemia, pois contempla os serviços de caráter presencial. Pouco a pouco, com o avanço da vacinação e aumento da mobilidade das pessoas, os serviços de alojamento e alimentação foram crescendo, mas, ainda assim, é o setor que se encontra mais distante do patamar pré-pandemia, estando 13,6% abaixo do patamar de fevereiro de 2020”, diz o pesquisador.
O índice de atividades turísticas cresceu 1% frente a setembro, sexta taxa positiva consecutiva, período em que acumulou ganho de 51,2%. Contudo, o turismo ainda se encontra 19,5% abaixo do patamar de fevereiro do ano passado. “Esse índice de atividades turísticas tem um perfil muito semelhante ao perfil dos serviços prestados às famílias, pois muitas das atividades que compõem o indicador vêm desse segmento”, aponta o pesquisador. Regionalmente, seis dos 12 locais pesquisados acompanharam este movimento de expansão. A contribuição positiva mais relevante ficou com São Paulo (1,1%), seguido por Minas Gerais (1,8%). Em sentido oposto, Bahia (-7,2%) e Distrito Federal (-10,1%) tiveram os resultados negativos mais importantes do mês.
O setor de serviços, que corresponde a 70% da formação do Produto Interno Bruto (PIB), registrou alta de 1,1% no terceiro trimestre em comparação com os três meses imediatamente anteriores e segurou a queda mais brusca de 0,1%. O segmento foi o único das três variantes com resultado positivo. A produção industrial, que soma 20% da soma do PIB, ficou estagnada em 0% pela manutenção de entraves que atingem a atividade desde o ano passado, principalmente a falta de insumos e os gargalos nas cadeias produtivas. Influenciada pelas questões climáticas e o encerramento da safra de soja, a agropecuária tombou 8% no período.
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