Prestação de serviços cresce 3,7% em fevereiro e ultrapassa nível pré-pandemia pela 1ª vez
Apesar do resultado positivo, o setor mais atingido pela crise sanitária acumula queda de 8,6% nos últimos 12 meses, o pior resultado desde o início da série histórica, há 9 anos
A prestação de serviços cresceu 3,7% em fevereiro na comparação com janeiro e ultrapassou pela primeira vez o nível pré-pandemia do novo coronavírus, segundo dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) divulgados nesta quinta-feira, 15, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Este é o nono mês seguido que o setor registra resultados positivos, com crescimento acumulado de 24%, acima das perdas de 18,6% entre março e maio de 2020. O setor está 0,9% acima do patamar de fevereiro de 2020. Apesar da alta, a prestação de serviços — o segmento econômico mais impactado pela crise sanitária —, ainda acumula perda de 8,6% nos últimos 12 meses, o resultado negativo mais forte desde o início da série histórica, há nove anos, e registra recuo de 2% no confronto com o mesmo mês do ano passado.
Todas as cinco atividades pesquisadas pelo IBGE registraram resultados positivos, com destaque para 4,4% no segmento de transportes, que soma alta de 8,7% no primeiro bimestre e está 2,8% acima do patamar de um ano atrás. “Nesse segmento vêm se destacando as empresas que prestam serviço de logística, que já vinha tendo alta expressiva por conta do aumento das exportações de petróleo e do agronegócio e, durante a pandemia, teve uma grande escalada de demanda, devido ao crescimento das vendas no comércio online”, afirma o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo.
Os serviços prestados às famílias, que incluem restaurantes e hotéis, cresceram 8,8% em fevereiro. Apesar de ser o maior avanço de fevereiro, o resultado expressivo é justificado pela baixa taxa de comparação dos meses anteriores. “Sendo uma das atividades mais afetadas pelas restrições impostas por estados e municípios para enfrentamento da pandemia, serviços prestados às famílias tiveram perdas significativas entre março e maio e ainda oscilam muito, conforme as medidas de isolamento social são relaxadas ou enrijecidas. Os dois meses anteriores foram de queda e, portanto, há um longo caminho a percorrer para a recuperação, estando ainda 23,7% abaixo do nível de fevereiro de 2020”, diz Lobo. A categoria de outros serviços cresceu 4,7%, enquanto a área de profissionais, administrativos e complementares teve alta de 3,3% e o setor de informação e comunicação registrou avanço de 0,1%.
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