Prévia do PIB surpreende e avança 1,7% em fevereiro, aponta Banco Central

Resultado acima do esperado pelo mercado também revela alta de 0,23% no ano; nos últimos 12 meses, Índice de Atividade Econômica do BC acumula queda de 4%

  • Por Jovem Pan
  • 19/04/2021 11h27
Tânia Rêgo/Agência Brasil Indicador do Banco Central mostra avanço da atividade econômica no primeiro bimestre, apesar de piora da pandemia do novo coronavírus Vendas dispararam no varejo em novembro de 2023

Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) cresceu 1,7% em fevereiro na comparação com o mês anterior na série livre de influências sazonais, divulgou a autoridade monetária nacional nesta segunda-feira, 19. O resultado, acima do esperado pelo mercado, representa o décimo mês seguido de avanço do indicativo considerado a prévia do Produto Interno Bruto (PIB) e aponta o fortalecimento da atividade econômica brasileira no primeiro bimestre, apesar do recrudescimento da pandemia do novo coronavírus. Na comparação com fevereiro de 2020, o indicativo registra alta de 0,98%, enquanto no último trimestre móvel, o IBC-Br avançou 3,13%, alta de 0,68% no paralelo com o mesmo período em 2020. No ano, a prévia do PIB registrou alta de 0,23%, já nos últimos 12 meses o indicativo acumula queda de 4,02%.

Apesar da alta nos dois primeiros meses do ano, analistas enxergam a queda no índice a partir de março com o impacto da retomada de medidas de restrição ao funcionamento de comércio e serviços. “Estimamos (de forma preliminar) que o IBC-Br tenha contraído 5,7% entre fevereiro e março, após ajuste sazonal. Apesar da queda significativa estimada para março, o indicador do Banco Central mostraria expansão ao redor de 1,0% no 1º trimestre de 2021, em comparação ao 4º trimestre de 2020, já descontados os efeitos sazonais”, afirma Rodolfo Margato, economista da XP Investimentos. “Por ora, estimamos crescimento de 0,2% para o PIB no 1º trimestre de 2021, em relação ao último trimestre de 2020 (também após ajuste sazonal). Na comparação com o 1º trimestre do ano passado, por sua vez, nossos cálculos preliminares indicam declínio de 0,7%.”

O IBC-Br é visto pelos analistas como um antecedente do PIB, mesmo que a metodologia usada pelo Banco Central seja diferente da empregada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pela divulgação da atividade econômica nacional a cada três meses. Enquanto a análise do BC leva em consideração variáveis dos setores de serviço, indústria e agronegócio, o resultado do IBGE é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país. A economia brasileira teve queda histórica de 4,1% em 2020, influenciada principalmente pela pandemia da Covid-19 e a retração da economia mundial por conta das restrições da circulação de produtos e pessoas.

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