Reforma do Imposto de Renda foi construída com muito debate entre governo e oposição, diz Lira
Texto-base foi aprovado na Câmara com placar de 398 votos favoráveis e 77 contrários; deputados devem votar destaques nesta quinta-feira
O presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL) afirmou nesta quinta-feira, 2, que o projeto que altera regras do Imposto de Renda para empresas e pessoas físicas foi “construído com muito debate entre governo e oposição”. O texto-base do relator Celso Sabino (PSDB-PA) foi aprovado no plenário na noite desta quarta-feira, 1º, após diversas reuniões de lideranças parlamentares e ameaças de obstrução de partidos da oposição. “Ontem, quando muitos davam como fadado ao fracasso, deputados e deputadas aprovaram o texto-base que muda as regras do Imposto de Renda”, disse Lira. “A política é feita por gestos, palavras, conversas e, principalmente, respeito aos acordos firmados.” A proposta foi aprovada com um placar de 398 votos favoráveis e 77 contrários. Os deputados devem concluir os trâmites nesta quinta-feira com a votação dos destaques apresentados pelos partidos. Após esta fase, o documento será encaminhado para o Senado.
O texto-base do relator determina a tributação de 20% dos lucros e dividendos de empresas. A taxação não irá atingir micro e pequenas empresas integradas ao Simples Nacional e aos empreendimentos tributados pelo lucro presumido com faturamento de até R$ 4,8 milhões. Empresas que participam de holdings também ficarão de fora da taxação. O relatório aprovado também isenta os fundos de investimentos em ações. Na versão anterior, os fundos seriam taxados em 5,88%. O Imposto de Renda para Pessoas Jurídicas (IRPJ) passará de 15% para 8%, ante redução para 6,5% prevista do primeiro texto do relator. A Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) diminuirá 0,5 ponto percentual em duas etapas, condicionadas à redução de deduções tributárias que aumentarão a arrecadação. Após o fim das deduções, o total será de 1 ponto percentual a menos, passando de 9% para 8% no caso geral. Bancos passarão de 20% para 19%; e demais instituições financeiras, de 15% para 14%.
O texto manteve o alargamento da faixa de isenção do imposto para pessoas físicas, que passa de R$ 1.903,98 para R$ 2.500,00. Com isso, cerca de 16 milhões de brasileiros, metade do total de declarantes, ficarão isentos. Os deputados também aprovaram a manutenção do desconto simplificado na declaração de ajuste anual, um dos principais pontos de embates entre os governistas e oposição. O acordo deixou o desconto de 20% dos rendimentos tributáveis, atualmente limitado a R$ 16.754,34, e substitui todas as deduções permitidas, como gastos com saúde, educação e dependentes.O texto aprovado passa o limite para R$ 10.563,60. “Nesse substituto que apresentamos, manteremos ilimitada a opção para a declaração simplificada na declaração do Imposto de Renda de Pessoa Física. Mantivemos o fim dos juros sobre o capital próprio no Brasil, mantivemos a taxação dos lucros e dividendos da forma como já estava no substitutivo anterior”, afirmou o relator.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.