Setor automotivo vive maior crise de oferta da história, aponta Anfavea
Veículos incompletos estão parados nos pátios à espera de semicondutores; escassez global de componentes eletrônicos pode durar até o fim de 2022
Em 2021, a indústria automobilística brasileira viveu o pior mês de novembro em 16 anos, registrando queda de 23,1% em veículos licenciados em relação ao mesmo mês de 2020; no mesmo período de comparação, o total de unidades produzidas recuou 13,5%, pior resultado para o mês desde 2015. Além disso, o total de unidades exportadas em novembro caiu 6% ante outubro e 36,3% considerando o mesmo mês do ano passado.
Os dados são da Associação Nacional dos Fabricantes de Autoveículos (Anfavea), que aponta a escassez global de semicondutores como o principal fator da crise dos automóveis. O presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, diz esperar uma melhora gradual ao longo do próximo ano, mas ressalta que a expectativa de solução da crise dos semicondutores é para o final de 2022. “Temos muitos veículos incompletos nos pátios das fábricas, à espera de componentes eletrônicos. Esperamos que eles possam ser completados neste mês, amenizando um pouco as filas de espera nessa virada de ano”, explica.
Moraes acrescenta que a demanda por veículos de transporte de carga surpreendeu neste ano em relação aos 11 primeiros meses de 2020. Segundo o presidente da Anfavea, houve alta de 46,3% nas vendas de caminhões, 28,4% de picapes e 27,8% de furgões, ao passo que a procura por automóveis caiu 1,3% e os ônibus e vans cresceram somente 0,7% e 1,6%, respectivamente. “Dentro do universo de automóveis, vale uma ressalva para a evolução de vendas dos SUVs [Veículos Utilitários Esportivos], que cresceram 30% sobre o ano passado e em novembro representaram impressionantes 45,5% do total de carros de passeio”, afirma.
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