Setor automotivo tem pior novembro em 16 anos
Mercado sofre com permanente falta de peças, que paralisa as fábricas, e gargalos expressivos na logística; problemas aumentam a espera do consumidor pelo zero quilômetro
O mercado automotivo registra o pior novembro em 16 anos com apagão nas linhas de montagem. As vendas atingiram 173 mil carros comerciais leves, caminhões e ônibus, um tombo de 23% sobre o mesmo mês de 2020. O diretor-executivo da Fenabrave (Federação das Concessionárias) destaca a permanente falta de peças, que paralisa as fábricas, e os gargalos expressivos na logística do setor. Marcelo Franciulli cita a longa espera dos consumidores pelo zero quilômetro nas lojas. “Não só da aquisição, da falta de componentes, em especial para os semi condutores, da parte de eletrônica, mas o setor também enfrenta um problema sério de logística. Hoje tem falta de contêineres no mundo inteiro. Tem problema de transporte na Ásia, na Europa, porque todas as economias estavam começando a se recuperar e as cadeias foram desorganizadas”, explicou.
A falta de peças impacta diretamente na produção das fábricas. Muitas vezes elas precisam paralisar justamente por falta de componentes. Há uma questão também muito importante que é global: os custos de logística. Setores avaliam que o valor de um contêineres passou de R$ 1.400 dólares para R$ 14 mil dólares. Então, toda a logística mundial hoje vive uma inflação expressiva. No Brasil, nós temos um outro fator: o dólar sai de R$ 4,00 para R$ 5,60, quase R$ 6,00. Para o acumulado do ano, o balanço ainda é positivo, mas bem abaixo das expectativas de retomada do setor em 2021. De janeiro a novembro foram emplacados um 1.910.000 veículos, uma alta de 5,42%, metade dos mais de 10% previstos inicialmente. A indústria nacional poderá deixar de fabricar pelo menos 300 mil veículos no país em 2021. Já a indústria Mundial Global de Veículos poderá deixar de produzir de 10 a 12 milhões de unidades.
*Com informações do repórter Marcelo Mattos
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