Em reunião, secretário da Cultura de Doria discute com ativista

  • Por Estadão Conteúdo
  • 30/05/2017 12h41
SP - VIRADA-CULTURAL-ANHEMBI - GERAL - André Sturm, Secretário de Cultura de São Paulo, durante a Virada Cultural no Anhembi, na zona norte de São Paulo (SP), na noite deste sábado (20). 20/05/2017 - Foto: ROGéRIO DE SANTIS/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO ROGéRIO DE SANTIS/ESTADÃO CONTEÚDO André Sturm - ae

Em gravação de áudio divulgada nas redes sociais, o secretário de Cultura da cidade de São Paulo, André Sturm, discute com um integrante do Movimento Cultural Ermelino Matarazzo, da zona leste da capital. Em determinado momento, o secretário chega a fazer uma ameaça sobre “quebrar a cara” do ativista Gustavo Soares, que chama Sturm de “desequilibrado”.

“Vai cuidar da sua vida. Acabou a molecagem, vai arranjar lugar para fazer as suas gracinhas. Eu não vou quebrar a sua cara porque eu não vou sujar a minha mão”, diz Sturm, enquanto o ativista afirma que vai registrar um boletim de ocorrência por causa das ameaças.

“Faz um boletim de ocorrência, é isso mesmo, superdemocrático, bacana, articulado”, rebate o secretário.

Em outro trecho do áudio, Sturm afirma que o militante está fazendo um “discursinho babaca” e o chama de “chato”. Ao fim, declara que o ativista “será devidamente expulso” do espaço que ajuda a administrar, a Casa de Cultura de Ermelino Matarazzo.

Reunião

A discussão ocorreu no fim da tarde de segunda-feira (29), na sede da Secretaria Municipal de Cultura, na qual o Movimento Cultural Ermelino Matarazzo pretendia discutir a renovação de um fomento cultural que recebia da Prefeitura. Na reunião, que durou quase 30 minutos, Sturm indica que o movimento deveria fazer um procedimento junto à secretaria para formalizar a parceria.

Segundo Sturm, não há previsão de orçamento para patrocinar atividades como as realizadas na casa de cultura, embora possa seguir pagando as contas de água e luz. Ele sugere, contudo, que, com um novo acordo, o espaço poderá promover atividades pagas (no máximo 40% do total) e implantar um café, no qual se poderia vender produtos como bolos, coxinhas e refrigerantes.

“Não vejo como vantagem nenhuma a gente burocratrizar um processo, que está de forma autônoma, articulando o movimento. ( ..) Sinceramente, a proposta não me agradou”, afirmou Gustavo Soares no fim da fala do secretário, que rebateu, antes de dar início à discussão: “Vamos analisar proposta, mas não vamos fazer nada enquanto não estiver formalizado”.

Após o entrevero, o Movimento Cultural Ermelino Matarazzo publicou uma nota de repúdio. A Prefeitura de São Paulo e a Secretaria Municipal de Cultura não se manifestaram sobre o assunto até a publicação desta matéria. O espaço esta aberto para manifestações.

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.