Escravas sexuais sul-coreanas processarão governo japonês em tribunal dos EUA

  • Por Agencia EFE
  • 23/06/2015 10h07

Seul, 23 jun (EFE).- Dez mulheres sul-coreanas que foram vítimas da escravidão sexual do exército imperial do Japão e os descendentes de outras duas mortas anunciaram nesta terça-feira que processarão o governo japonês em um tribunal dos Estados Unidos pelos danos sofridos.

O grupo de 12 vítimas entrará com o processo no dia 1º de julho em um tribunal do estado da Califórnia, com o qual reivindicarão US$ 2 milhões cada uma, explicaram seus porta-vozes em entrevista coletiva em Gwangju, cerca de 270 quilômetros ao sul de Seul.

As vítimas, todas residentes na Coreia do Sul, decidiram levar o caso aos EUA após várias tentativas fracassadas em seu país e no Japão, explicou um porta-voz.

Uma das integrantes do grupo é Yoo Hee-nam, de 87 anos, que na sexta-feira passada já anunciou a intenção de denunciar o primeiro-ministro japonês Shinzo Abe, o governo do Japão, várias empresas e um jornal do país vizinho pelo mesmo assunto.

As vítimas alegam que o Japão cometeu várias atrocidades no passado, como o recrutamento à força de mulheres como escravas sexuais de seus soldados na Segunda Guerra Mundial, e criticam que o atual governo tenta negar ou encobrir esses incidentes históricos.

“Não denunciamos por dinheiro, mas para que o Japão admita seus crimes de guerra e peça desculpas”, declarou o advogado das vítimas, Kim Hyung-jin, segundo a agência local “Yonhap”.

O Japão ofereceu compensações à Coreia do Sul no passado e pediu perdão em 1993 na que ficou conhecida como Declaração Kono, mas as vítimas consideram as medidas insuficientes e exigem mais indenizações, assim como desculpas “sinceras”.

Cerca de 200 mil jovens, a maioria coreanas, foram obrigadas a se prostituir para os soldados japoneses durante a Segunda Guerra Mundial em bordéis militares distribuídos por todo o território ocupado pelo Império do Japão na Ásia Oriental.

Atualmente, apenas 50 dessas mulheres, chamadas eufemísticamente “mulheres de conforto”, continuam vivas na Coreia do Sul, segundo os registros do governo. EFE

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