Eslováquia decide pedir impugnação de cotas de refugiados na Justiça europeia

Praga, 23 set (EFE).- A Eslováquia irá à Justiça europeia para pedir a impugnação das cotas obrigatórias de refugiados, aprovadas ontem pelos ministros de Interior dos países da União Europeia (UE), declarou o primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico, nesta quarta-feira.

“A Eslováquia é um país soberano e é uma determinação da maioria em um tema muito delicado”, disse Fico em entrevista coletiva em Bratislava.

“Vamos apresentar uma denúncia no Tribunal de Luxemburgo”, afirmou, e antecipou que seu país não aplicará “a decisão dos ministros de Interior”.

“Não podemos permitir que a Europa funcione segundo o princípio da maioria contra a minoria”, insistiu Fico.

A Eslováquia, junto com República Tcheca, Hungria e Romênia, votou contra o plano para distribuir os 120 mil imigrantes que chegaram à Itália e à Grécia, com o argumento de que a UE deveria ir às causas da onda de refugiados.

O político social-democrata disse hoje que seu país quer “mostrar voluntariamente um alto grau de solidariedade” com os países vizinhos às zonas de conflito.

Uma solidariedade que se concretiza no envio de dinheiro, meios e pessoal para os pontos da fronteira Schengen onde a situação é mais preocupante.

Para Fico, as cotas obrigatórias são “irracionais e eventualmente se tornarão motivo de chacota”.

O números de amparo para este ano atribuído para a Eslováquia, um país de 5,4 milhões de habitantes, é de 802 pessoas, 190 refugiados da Itália e 612 da Grécia.

Bratislava disse no passado que estava disposta a receber 200 cristãos da Síria e, temporariamente, 500 solicitantes de asilo que estão na Áustria, enquanto a tramitação de papéis destas pessoas em Viena era resolvida.EFE