Espanhola Ferrovial se prepara para disputar leilão de aeroportos no Brasil

  • Por Estadão Conteúdo
  • 08/07/2016 09h55
EFE Ferrovial

O presidente da Ferrovial Agroman, empresa espanhola de construção civil e gestão, Alejandro de la Joya, disse, nesta quinta-feira (7), em Madri, sede da companhia, que a instituição está interessada na concessão dos quatro novos aeroportos brasileiros. O executivo do grupo, que tem uma construtora e opera terminais na Europa, afirmou que a eventual participação da companhia nos leilões será “ativa” nos consórcios. Segundo apurou o jornal O Estado de S. Paulo, a empreendedora vem para engrossar o interesse nas concessões. Segundo fontes, a lista já inclui outros grupos estrangeiros, a maior parte deles ambém europeus. “estamos interessados e acompanhamos essas quatro privatizações. Não há decisão, todavia, em função da composição com os sócios que conseguiremos e onde pode haver maior sinergia”, disse de la Joya, durante palestra realizada no 15.º Encontro Santander América Latina, na capital espanhola. O governo já anunciou que oferecerá à iniciativa privada os terminais de Florianópolis, Fortaleza, Porto Alegre e Salvador. 

Questionado sobre como deverá ser a atuação da empresa, que já administra terminais aeroportuários como Heathrow, em Londres, o gestor dsse que a Ferrovial “gosta de ter participação ativa” e que “se eu posso ter uma participação ativa com 40%, não faz falta ter 51% do consórcio”, referiu, ao explicar que não há “numero mágico” para a costura de consórcios.

O executivo reconheceu que a frágil situação do setor de construção no Brasil pode gerar espaço para a entrada mais forte de construtores e operadores estrangeiros, “mas preferimos que as empresas locais tenham boa forma”, disse a jornalistas, após painel sobre a infraestrutura na América Latina.

De la Joya nega que a empresa esteja avaliando algum empreendimento já concedido à iniciativa privada e que esteja procurando um novo sócio. O executivo citou, porém, que, “neste momento, não temos nenhuma concessão de rodovias, mas sempre estamos de olho”.

Tempo

Apesar de o projeto de privatizações ser prioritário para reforçar o caixa do governo, a expectativa é de que falte tempo para conseguir realizar o leilão dos quatro aeroportos ainda este ano. 

Na melhor das hipóteses, disse uma fonte do setor, o edital deverá ser lançado, ainda em 2016, com o evento ficando para janeiro de 2017. No discurso oficial, no entanto, o governo planeja fazer a licitação ainda no segundo semestre. O processo de audiência pública sobre o tema foi concluído no último dia 20.

Apesar do interesse estrangeiro, o fator impeachment ainda pesa contra o andamento do processo, uma vez que o afastamento da presidente Dilma Rousseff ainda é temporário, “os olhos (dos investidores) estão abertos, mas há receio por causa da estabilidade política”, disse Ricardo Medina, especialista em infraestrutura do L.O. Baptista-SVMFA. 

Para Medina, a conclusão do processo será determinante para o retorno dos investimentos do País, “é o turning point (ponto de inflexão), porque o Brasil passa a ter um navegador definido. Supera-se uma etapa e o investidor sabe definitivamente com quem tem que falar. Atualmente, não há muita certeza sobre a linha que o País vai tomar.”

Disputa

O Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, apurou que os espanhóis estão longe de ser os únicos interessados nos ativos que o governo quer leiloar. 

Segundo fontes que acompanham o processo de perto, a alemã Fraport, a suíça Zurich Airport, a francesa Aéroports de Paris (ADP), a argentina Corporación América, as norte-americanas ADC & HÁS e DFW Airport e a teuto-canadense Avialliance (ex-Hochtief) também estariam avaliando os projetos. Algumas delas já teriam até mesmo acertado parceria com empresas nacionais, uma delas seria a Avialliance, que está alinhada ao Pátria Investimentos.

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