Estoque de vacinas contra febre amarela está reduzido no Rio, admite secretaria

  • Por Agência Brasil
  • 03/02/2017 12h50 - Atualizado em 11/05/2017 16h18
Anselmo Cunha / PMPA Vacinação

Pouco mais de uma semana após anunciar a chegada de 150 mil doses da vacina contra a febre amarela no município do Rio de Janeiro, a Secretaria Municipal de Saúde admitiu que o estoque já está reduzido nas unidades de atenção primária. A secretaria informou que aguarda reposição, cuja responsabilidade de compra e distribuição é do Ministério da Saúde.

No Rio de Janeiro, muitos buscam a vacina para viajar ao exterior, já que alguns países exigem o Certificado Internacional de Vacinação contra a Febre Amarela para turistas brasileiros. No Centro Especial de Vacinação Dr. Álvaro Aguiar, no centro do Rio, um dos poucos postos que emitem o certificado internacional, as doses para o dia de hoje (3) já haviam se esgotado no meio da manhã.

Foram distribuídas 60 senhas que rapidamente se esgotaram. Quem chegou depois, terá que retornar em outro dia. É o caso da aposentada Dirlene Machado, que viajará para a Bolívia na primeira quinzena de abril e também não conseguiu se vacinar.

“Fiz tudo direitinho, como deve ser feito. Trouxe declaração médica, já que tenho 67 anos e preciso dela para ser vacinada, procurei me informar de quem não podia ser medicada, caso das pessoas que têm alergia a ovos e derivados, etc. O jeito é voltar em outros dias até conseguir”.

Outro que não conseguiu se vacinar foi o motorista de ônibus Gilmar dos Santos, que viajará para Ouro Preto durante o carnaval e tenta receber a vacinar desde ontem (2). “É complicado porque venho de Jacarepaguá até aqui e não encontro vacina. Eu já vim ontem e ainda foi pior, pois foram distribuídas apenas dez senhas. Menos mal que a minha empresa compreende e me libera esses dias. Mas e quem não pode perder um turno ou faltar ao trabalho, como fica?”, indagou.

Para a guia de viagem Larissa Newton, muitas pessoas estão correndo aos postos de saúde sem a necessidade de se vacinar e, com isso, o estoque de vacinas está reduzido. “As pessoas não se informam direito, apenas ouvem por alto que há um surto de febre amarela em determinada região e ficam nesse desespero, nessa histeria coletiva para se vacinar sem motivo. Aí, quem necessita fica exposto? Eu viajarei para a Jamaica e lá exigem o certificado internacional de vacinação. E agora? Se as vacinas acabarem, não sei como vai ser. Tinham que estabelecer limites nisso”, disse.

Em nota, a Secretaria de Saúde fez questão de reforçar que só devem se vacinar pessoas que tenham passado por avaliação e tenham indicação médica para receber a dose, assim como as pessoas que estão com viagem agendada para locais com casos da doença. A vacina contra a febre amarela não está isenta de provocar efeitos colaterais e, por isso, deve ser aplicada com cautela, após a devida avaliação do paciente e apenas nos casos indicados. A secretaria lembrou que o Ministério da Saúde dá prioridade às áreas de risco e o Rio não é uma delas.

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