EUA celebram decisão de Senado russo, mas avisam que pode ser revertida

  • Por Agencia EFE
  • 25/06/2014 15h35
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Bruxelas, 25 jun (EFE).- O secretário de Estado americano, John Kerry, mostrou nesta quarta-feira sua boa amparada à anulação por parte do Senado russo da autorização para intervir militarmente na Ucrânia, mas advertiu que Moscou pode reverter essa decisão com rapidez.

“Foi um grande passo, mas poderia ser revertido em dez minutos e todo mundo sabe isso”, declarou Kerry em entrevista coletiva ao término de uma reunião de ministros das Relações Exteriores da Otan, na qual os aliados pediram à Rússia que dê passos claros em apoio da paz e da estabilidade na Ucrânia.

Para o representante americano, a “maior diferença” seria que a Rússia pedisse “publicamente” aos separatistas do leste da Ucrânia que entreguem as armas e deixem os edifícios públicos que ocuparam, e que mobilizasse a sua diplomacia ou impedisse a passagem de tanques para o país vizinho.

Kerry elogiou Kiev por ter dado a mão aos separatistas e às autoridades russas por meio do plano de paz preparado pelo presidente ucraniano, Petro Poroshenko, e considerou “crítico” que agora a Rússia “demonstre com fatos e não só com palavras que está totalmente comprometida com a paz”.

Para isso, viu fundamental que a Rússia dê “passos concretos” como deter a passagem de armas e combatentes para a Ucrânia através de sua fronteira, retirar as tropas que acumulou nessa região e ajudar na libertação dos reféns da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE) que mantêm as milícias separatistas pró-russas no leste do país.

“Até que Rússia não faça mais esse tipo de compromisso com o processo de paz, os Estados Unidos e a Europa vão continuar preparando sanções mais duras que espero que não seja necessário utilizar, mas isso dependerá das eleições da Rússia nos próximos dias e semanas”, apontou.

Levando em conta o novo plano para pacificar o leste da Ucrânia, o cessar-fogo em vigor e a decisão de hoje do Senado russo, Kerry considerou que “chegou o momento de convergir”.

“Os aliados falam de preparar sanções no caso que este esforço fracasse”, advertiu.

O Conselho da Federação (Senado) da Rússia revogou hoje a permissão para enviar tropas à Ucrânia que tinha outorgado ao presidente russo, Vladimir Putin, em 1º de março.

A decisão da Câmara Alta (Senado) foi adotada a pedido do próprio chefe do Kremlin, que quis assim favorecer “a normalização da situação nas regiões orientais da Ucrânia”, em vista do início das negociações entre as partes em conflito. EFE

rja/cdr

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