EUA criticam “retórica divisiva” de Netanyahu e apoiam solução de 2 Estados

  • Por Agencia EFE
  • 18/03/2015 16h13

Washington, 18 mar (EFE).- Os Estados Unidos estão preocupados com a “retórica divisiva” usada pelo primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, durante a campanha eleitoral e continuam apoiando a solução de dois Estados, um israelense e outro palestino, para a paz no Oriente Médio, afirmou nesta quarta-feira a Casa Branca.

“Os Estados Unidos e este governo estão profundamente preocupados com a retórica que procura marginalizar cidadãos árabe-israelenses”, afirmou o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, aos jornalistas no avião presidencial rumo a Cleveland, no estado de Ohio, após a vitória de Netanyahu nas eleições de ontem em Israel.

Essa retórica “é profundamente preocupante e divisiva” e, além disso, “solapa os valores e ideais democráticos” que são uma “parte importante do que une Estados Unidos e Israel”, acrescentou Earnest.

Sobre os comentários feitos por Netanyahu antes das eleições, de que não permitiria a criação de um Estado palestino se continuasse à frente do Executivo, o porta-voz lembrou que os Estados Unidos continuam acreditando que a solução de dois Estados é “a melhor” para diminuir as tensões na região.

A política dos EUA “durante mais de 20 anos” foi a de buscar uma solução de dois Estados para “resolver o conflito entre israelenses e palestinos”, disse Earnest.

Após os comentários de Netanyahu, os EUA “vão reavaliar sua posição” no processo de paz no Oriente Médio e “o caminho a ser seguido nesta situação”, indicou o porta-voz do presidente americano, Barack Obama.

Earnest disse que o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, telefonou para Netanyahu para felicitá-lo e Obama deve fazer o mesmo nos próximos dias.

A relação entre Obama e Netanyahu não é das melhores há bastante tempo, mas a tensão aumentou neste mês quando o primeiro-ministro israelense visitou Washington e fez um polêmico discurso no Congresso com duras críticas ao acordo que os Estados Unidos e outros cinco países negociam com o Irã sobre o programa nuclear de Teerã. EFE

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