EUA dizem à Rússia que anexação da Crimeia fecharia espaço para diplomacia

  • Por Agencia EFE
  • 08/03/2014 20h03

Washington, 8 mar (EFE).- O secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, afirmou neste sábado em conversa com o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, que se a Rússia continuar perseguindo a anexação da ucraniana a península da Crimeia fechará o “espaço” para a diplomacia, informaram fontes oficiais.

Segundo um comunicado do Departamento de Estado americano, Kerry assegurou que os Estados Unidos desejam promover um diálogo direto entre a Ucrânia e a Rússia, mas “se a presença militar e as provocações” e as intenções “de anexar a Crimeia à Rússia” persistirem, “fecharia-se qualquer espaço disponível para a diplomacia”.

O chefe da diplomacia americana pediu “contenção” à Rússia e se comprometeu a manter futuros contatos com Lavrov, com o qual mantém consultas desde o início da ocupação da Crimeia por parte das tropas pró-russas.

Lavrov, que negou que as tropas enviadas à Crimeia sejam russas, apesar de defenderem o interesses do Kremlin disse hoje que está disposto a conversar com o Ocidente sobre a condição de a comunidade internacional deixar de acusar Moscou de ser parte no conflito.

Após falar com os líderes do Reino Unido, da França, da Itália e das três repúblicas bálticas (Estônia, Letônia e Lituânia), o presidente americano, Barack Obama, rejeitou a proposta de referendo na Crimeia para se integrar à Federação Russa.

Segundo Obama e seus aliados, essa consulta seria uma violação da constituição ucraniana, já que toda decisão sobre o futuro e a integridade territorial da Ucrânia deve incluir as autoridades de Kiev.

Os Estados Unidos aprovaram ajuda financeira ao novo governo ucraniano pró-europeu e propôs sanções econômicas contra a Rússia, o que não parece ser bem aceito entre membros europeus com laços comerciais de mais calado que Washington.

A Crimeia se prepara rapidamente para o referendo do dia 16 sobre sua reunificação com a Rússia praticamente sem resistência da Ucrânia, que nas últimas 24 horas perdeu novas posições estratégicas diante das chamadas autodefesas da rebelde autonomia ucraniana. 

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