EUA reduzem número de desaparecidos em deslizamento de terra para 90
Washington, 26 mar (EFE).- As autoridades dos Estados Unidos reduziram nesta quarta-feira o número de desaparecidos no deslizamento de terra ocorrido em uma zona rural do estado de Washington, na costa oeste do país, de 176 para 90, enquanto a situação de outras 35 pessoas ainda é desconhecida e o número de mortos se mantém em 24 desde a última terça-feira.
No final da tarde de hoje, as autoridades do condado de Snohomish, ao qual pertence o povoado de Oso, onde ocorreu o acidente no último sábado, informaram à imprensa sobre o balanço provisório de vítimas no final do quinto dia de buscas e quando diminuem as chances de se encontrar sobreviventes.
O número de mortos oficial até agora é de 24, mas, por enquanto, foram recuperados os corpos de 16 deles, enquanto os outros oito foram apenas localizados.
O presidente dos EUA, Barack Obama, assinou ontem uma declaração de emergência para acelerar a resposta ao acidente, ocorrido no sábado quando um deslizamento de terra e lama soterrou em poucos segundos 49 imóveis do pequeno povoado de Oso, onde vivem cerca de 200 pessoas e que está a 60 quilômetros de Seattle, uma das principais cidades do país.
Após cinco dias de buscas intensas, o abatimento toma conta das equipes de resgate e dos familiares dos desaparecidos, que, de acordo com declarações recolhidas pela imprensa local, começam a passar da esperança para a aceitação do pior cenário.
A instabilidade do terreno, que está cheio de lama, e a ameaça de novas chuvas complicam os trabalhos de resgate e a estimativa do balanço de vítimas.
Na segunda-feira, em menos de 24 horas, o número oficial de mortos passou de oito para 14 e o de desaparecidos de 18 para 108 e, pouco depois, para 176. Hoje as autoridades reduziram o número de desaparecidos para 90, mas admitiram que a situação de outras 35 pessoas ainda é desconhecida.
A falta de certezas faz com que aumente a angústia entre os familiares e moradores da local, enquanto as autoridades tentam manter as esperanças e insistem que a operação em andamento não é só de recuperação após a catástrofe, mas continua sendo também de resgate.
As autoridades consideram que as fortes chuvas das últimas semanas e a geologia da região foram as principais causas do acidente, que teria consequências menos graves, segundo especialistas consultados pela imprensa local, se houvesse um trabalho de prevenção com a população e se os imóveis fossem construídos com materiais de melhor qualidade.
Apesar de as autoridades terem garantido que o acidente foi “completamente imprevisível”, o jornal “Seattle Times” teve acesso a vários relatórios geológicos que advertiam que a área estava em perigo.
Na local do deslizamento, as casas estão distribuídas de maneira muito dispersa no meio da natureza, em muitos casos são imóveis pré-fabricados e, inclusive, trailers, e os moradores têm renda baixa e média.
Apenas metade das casas destruídas eram habitadas permanentemente, já que a população de Oso é variável, um dos fatores que alimentavam até agora as esperanças das autoridades de que o número de desaparecidos incluísse pessoas que não estavam no local no momento do acidente.
A avalanche de lama que soterrou as casas dessa pequena área rural aconteceu no pior horário possível, a manhã de um sábado, já que a maioria das pessoas estavam dentro de suas residências e não no trabalho ou nas escolas, como teria ocorrido em um dia útil.
Os trabalhos de resgate estão dificultados porque o terreno está inundado e ontem um voluntário ficou ferido, mas sem gravidade, devido às duras condições do local. Além disso, há a previsão de novas chuvas fortes que poderiam provocar novos deslizamentos. EFE
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