Ex-primeira-dama da Coreia do Sul volta do Norte sem encontrar Kim Jong-un
Seul, 8 ago (EFE).- Lee Hee-ho, a viúva do ex-presidente sul-coreano e prêmio Nobel da Paz, Kim Dae-jung, retornou neste sábado de sua viagem a Coreia do Norte, realizada para diminuir as tensões entre os países vizinhos, mas durante sua visita não conseguiu reunir-se com o líder norte-coreano, Kim Jong-un.
“Visitei a Coreia do Norte com o objetivo de manter vivo o espírito de 15 de junho de 2000 (quando os líderes de ambos países realizaram uma histórica cúpula bilateral)”, afirmou Lee, de 93 anos, em entrevista coletiva realizada após sua chegada a Seul.
No entanto, durante sua visita de quatro dias, a viúva de Kim Dae-jung não conseguiu encontrar o líder norte-coreano, uma possibilidade que tinha despertado grande expectativa na Coreia do Sul.
Desde sua chegada ao poder em 2011, Kim Jong-un nunca se reuniu oficialmente com personalidades da Coreia do Sul nem de outro país.
As relações entre Sul e Norte, que tecnicamente seguem em guerra, estiveram marcadas pela tensão e os conflitos desde o início do ano, razão pela qual a visita de Lee Hee-ho foi considerada como um primeiro passo rumo ao diálogo entre ambos governos.
A ex-primeira-dama sul-coreana entre 1998 e 2003 chegou quarta-feira passada ao país vizinho, onde visitou uma creche e um hospital infantil em Pyongyang, além de passar pelo turístico monte Myohyang ao norte da capital, entre outros atos.
“Quando peguei nas mãos das crianças norte-coreanas, pensei que não deveríamos transferir a dor da divisão das duas Coreias às próximas gerações”, declarou Lee na entrevista coletiva.
Kim Dae-jung, seu marido falecido em agosto de 2009, foi o arquiteto da chamada “política do sol”, que de 1998 a 2007 tentou estreitar os laços entre as duas Coreias após anos de profunda inimizade.
O ex-presidente, agraciado com o Prêmio Nobel da Paz em 2000 por sua contribuição à melhora dos laços bilaterais, protagonizou esse mesmo ano, junto ao então ditador norte-coreano Kim Jong-il, a histórica primeira cúpula entre os líderes do Sul e Norte.
Os dois países seguem tecnicamente em guerra já que o conflito que travaram entre 1950 e 1953 terminou com um armistício ao invés de um tratado de paz. EFE
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