Ex-secretário de Haddad presta consultoria à Uber

  • Por Estadão Conteúdo
  • 06/05/2016 11h22
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São Paulo - O prefeito Fernando Haddad, participa do Dia de Mobilização Nacional contra o Aedes aegypti (Rovena Rosa/Agência Brasil) Rovena Rosa/Agência Brasil Fernando Haddad (AGBR)

O ex-secretário municipal de Negócios Jurídicos, Luis Fernando Massonetto, trabalha como consultor para assuntos regulatórios e legislativos da Uber. O advogado deixou o cargo na gestão Fernando Haddad (PT) em fevereiro de 2015 e teria passado a trabalhar para o aplicativo seis meses depois. No exercício da função pública, Massonetto chegou a receber representantes da empresa para reuniões em seu gabinete.

Na última quarta-feira (4), a Prefeitura confirmou que Guilherme Haddad Nazar, sobrinho do prefeito Haddad, também trabalha na empresa como diretor da área de Tecnologia da Informação. Segundo a Uber, ambos os funcionários foram contratados por causa da capacidade profissional. No caso de Massonetto, a empresa destacou que o advogado só começou a prestar serviços depois que já estava “completamente desligado de funções públicas”.

Segundo o professor de Direito Administrativo da Fundação Getúlio Vargas, Carlos Ari Sundfeld, não há lei municipal que determine quarentena para servidores municipais assumirem cargos em empresas privadas do mesmo setor, mas é possível seguir a legislação federal, que prevê “janela” de quatro meses. “Depois desse período, o profissional fica impedido de usar informações confidenciais que tenha obtido por meio da função pública. A princípio, o ex-secretário não comete ilegalidade.”

A mesma linha foi adotada pela Prefeitura em nota oficial. “O professor Massonetto cumpriu todos os prazos de desincompatibilização necessários e não tem nenhum impedimento legal, moral ou ético para exercer sua profissão.”

Massonetto não quis comentar o caso. Em dezembro, quando o ex-secretário já era consultor da Uber, Haddad anunciou que regularizaria o serviço prestado pelo aplicativo por meio de decreto municipal. 

Neste ano, porém, passou a apoiar um projeto de lei em debate pelos vereadores com a mesma função. Após ser derrotado em plenário, voltou a dizer que vai liberar o serviço. 

CPI

Vereadores que fazem oposição ao prefeito Haddad na Câmara acreditam haver conflito de interesse em ambos os casos. Para Salomão Pereira (PSDB), para a base contrária ao prefeito, a Casa precisa instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar a situação.

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