Fed está mais pessimista sobre crescimento econômico que o setor privado

  • Por Estadão Conteúdo
  • 15/12/2016 12h07
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Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas dinheiro - Fotos Públicas

As projeções atualizadas do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), divulgadas ontem, mostraram uma distância entre ele e as previsões feitas pelo setor privado dos Estados Unidos. A expectativa do setor privado é de crescimento mais forte, mais inflação e taxas dos juros mais altas, após o presidente eleito Donald Trump sinalizar que pretende cortar impostos e ampliar os gastos públicos após tomar posse em janeiro.

As mais recentes projeções dos dirigentes do Fed para o crescimento e a inflação, porém, praticamente não mostram mudanças na comparação com setembro. Os economistas em geral preveem crescimento de 2,4% em 2017 e 2018. Já a mediana da projeção do Fed é de 2,1% em 2017 e de 2% em 2018.

Os dirigentes do Fed em geral previam que a taxa do desemprego tivesse pouco progresso. Em vez disso, ela recuou em novembro para 4,6%, na mínima em nove anos. Neste momento, porém, o Fed e os responsáveis pelas previsões do setor privado estão alinhados e esperam recuos apenas modestos no desemprego nos próximos anos

Em relação aos preços, os dirigentes preveem que a inflação volte de maneira constante à meta de 2%. Observando-se anos anteriores, o erro constante dos dirigentes nesse ponto é prever persistentemente que os preços voltarão a ficar mais perto da meta do que eles de fato ficam.

As projeções do setor privado e dos participantes do mercado também mostraram equívocos anteriormente. Muitos previam que o programa de compra de bônus do banco central pudesse causar muita inflação e alguns temiam até hiperinflação. Outros alertavam que a economia estava à beira de uma espiral deflacionária. Nada disse se concretizou.

As projeções do setor privado que apontavam para o risco de recessão nos últimos cinco anos também se equivocaram.

A divisão atual entre os mercados e o Fed destoa porque, neste momento, é o BC dos EUA que está mais pessimista sobre o crescimento econômico no país. Não será novidade se o Fed tiver feito outra previsão incorreta para o crescimento, mas se for esse o caso agora será a primeira vez desde a crise financeira que a economia gerará mais crescimento que o previsto pelo Fed.

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