FMI defende suas previsões para a Argentina e vê “claro contexto recessivo”

  • Por Agencia EFE
  • 10/10/2014 17h35

Washington, 10 out (EFE).- O Fundo Monetário Internacional (FMI) se manteve firme nesta sexta-feira em suas previsões de recessão para a Argentina em 2014 e 2105, apesar das críticas feitas pelo ministro da Economia argentino, Axel Kicillof.

“O contexto recessivo é muito claro”, disse o diretor para o Hemisfério Ocidental do FMI, Alejandro Werner, em entrevista coletiva por ocasião da assembleia anual do Fundo e do Banco Mundial.

“Nosso prognóstico reflete uma situação de não acesso aos mercados internacionais de capital, de excesso de crescimento em demanda agregada, de restrições muito grandes pelo lado da oferta, de alta inflação e claramente um entorno no qual o investimento privado não vai crescer e a demanda privada vai se contrair. O diagnóstico é esse”, destacou Werner.

Em seu relatório de Perspectivas Econômicas Globais, apresentado nesta semana, o Fundo estimou que a economia argentina se contrairá 1,7% em 2014 e 1,4% em 2015, piorando notavelmente as previsões de julho que previam um crescimento de 0,5% para este ano e de 1% para o próximo.

Werner respondeu assim às críticas de Kicillof, que hoje assegurou que o FMI sempre “subestima” as projeções da economia argentina e apostou que a instituição melhorará estas previsões nos próximos meses.

“Algo anda mal com os modelos (do FMI), que sempre se equivocam com a Argentina”, afirmou Kicillof em uma encontro com um reduzido grupo de jornalistas, entre eles a Agência Efe, na embaixada argentina em Washington.

O ministro assinalou que “as projeções do Fundo estão feitas sobre o primeiro trimestre e já estão disponíveis os dados do segundo trimestre”, motivo pelo qual “vão melhorar a previsão publicada agora”.

Werner reconheceu que a data na qual o FMI fechou sua análise de dados para o relatório divulgado esta semana “foi prévia à publicação do crescimento do PIB no segundo trimestre na Argentina”, que “foi melhor que o esperado por vários analistas”.

No entanto, sustentou que “a discussão sobre alguns décimos a mais ou a menos é irrelevante” e em qualquer caso “estará dentro da margem de erro de todas as estimativas que fazemos”, acrescentou.

Werner acrescentou ainda que “se houvesse um diálogo” com a Argentina como o que o FMI tem com outros países poderia “saber se o programa de políticas” que o governo argentino implementa é o mais adequado. EFE

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