FMI lembra que Uruguai é vulnerável à situação de Brasil e Argentina

  • Por Agencia EFE
  • 14/02/2014 17h23

Washington, 14 fev (EFE).- Uma analista do Fundo Monetário Internacional (FMI) destacou nesta sexta-feira o bom andamento econômico do Uruguai, mas alertou sobre sua exposição as condições econômicas menos favoráveis do Brasil e da Argentina.

Oya Celasun, subchefa da divisão da América do Norte do FMI, ressaltou no blog da instituição sobre a América Latina que o Uruguai registrou um crescimento sólido na última década e conseguiu diminuir significativamente a pobreza, de 36,6% de 2005 para 13,1%.

Para 2014-15 a expectativa é que o país cresça entre 3 e 3,5% e se aproxime dos 4% no médio prazo, embora a inflação continue sendo alta e “já esteja sentindo os efeitos da queda do crescimento no Brasil e os problemas econômicos da Argentina”.

“O diminuição do crescimento e uma nova desvalorização da moeda na Argentina seriam um golpe ao crescimento do Uruguai”, apesar da exposição à economia argentina ter diminuído nos últimos anos, advertiu Celasun em seu comentário.

O Uruguai está bem situado para absorver um golpe inesperado graças a suas reservas no Banco Central e o baixo volume da dívida em moeda estrangeira e no curto prazo, mas por outro lado a margem de manobra diminui com volumes de inflação acima da faixa dos 4 – 6% fixada pelo banco emissor.

A economia uruguaia também poderia sofrer com a queda dos preços em bens destinados à exportação, embora a indústria de mineração de ferro permita um certo otimismo.

“Reduzir a inflação até a faixa fixada como meta continua sendo a principal prioridade de políticas no Uruguai”, aconselhou o especialista do FMI.

Que também recomendou ao governo do presidente José Mujica uma política fiscal mais restritiva para evitar o superaquecimento econômico e para diminuir o nível de dívida pública, como medida de prevenção diante de uma piora nas grande economias emergentes.

Celasun recomendou que se reduza o crescimento do gasto público, sem esquecer a luta contra a pobreza e os investimentos em setores estratégicos, ao mesmo tempo em que se tenta aumentar a arrecadação dos cofres públicos. EFE

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